| 29/09/2005 13h38min
Os supermercados esperam o melhor Natal dos últimos quatro anos. Embora o setor projete para este ano um crescimento de 2% nas vendas, os empresários esperam que a queda nos juros e a melhora na confiança do consumidor, com menor destaque para a crise política, impulsionem os negócios. Em 2004, os supermercados registraram aumento de 2,57% nas vendas.
– A redução do juro pode ajudar o desempenho do setor, principalmente em dezembro, que é um mês de venda de produtos de maior valor agregado. A queda no juro cria otimismo – disse João Carlos de Oliveira, presidente da Associação Brasileira dos Supermercados (Abras)
Além do juro em baixa, a queda do dólar deve favorecer a venda de importados no Natal. Ainda que o faturamento com a venda destes produtos seja menor, por conta do dólar mais barato, o volume deve crescer.
Dezembro é o mês mais importante para os supermercados, pois representam 12% das vendas do ano todo. A concentração de vendas é ainda maior nas duas últimas semanas de dezembro, justamente por causa do Natal e do Ano Novo.
A previsão da Abras é de queda nas vendas em setembro, tanto na comparação com agosto quando em relação a setembro de 2004. Oliveira disse que há um comprometimento da renda do consumidor com o pagamento de tarifas administradas (luz, água, telefone etc). Ele lembrou que um recente estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que os gastos com tarifas administradas já chega a 14,2% da renda dos brasileiros.
– As vendas no segundo semestre não devem apresentar resultado excepcional, mas os negócios devem melhorar em dezembro. As vendas vem caindo desde abril, com a redução do poder aquisitivo e a migração das compras para produtos mais baratos, mas no acumulado do ano as vendas reais cresceram 2,63% – disse o presidente da Abras.
Em volume, as vendas dos supermercados cresceram 5,5% de janeiro a agosto, acima do aumento do faturamento. A Abras explica que essa
diferença é fruto da substituição de
produtos mais caros por outros mais baratos não só pelo consumidor, mas pelos próprios fabricantes.
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