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 | 28/09/2005 11h17min

Temer desiste da candidatura à presidência da Câmara

Deputado diz que teria sido traído por Renan Calheiros

O presidente do PMDB, o deputado Michel Temer (SP), abriu mão da sua candidatura e anunciou apoio ao nome José Thomaz Nonô (PFL-AL). O peemedebista começou o discurso esclarecendo o motivo de ter seu nome lançado como candidato à presidência da Câmara Federal. Temer acrescentou que entende que não deveria entrar para dividir, mas para somar.

– Eu gostaria de presidir esta Casa, é uma vaidade que não posso deixar de confessar, mas renuncio a minha candidatura – disse Temer.

Segundo ele, companheiros de várias legendas o procuraram e o convenceram que poderia ser uma alternativa. Contudo, deixou claro que teria sido traído pelo companheiro de partido Renan Calheiros.

– Fui convocado por lideranças, uma delas de grande significado institucional, que me instara e convocara a ser candidato. O excelentíssimo, o extraordinário presidente Renan Calheiros colocou o presidente José Sarney ao telefone comigo. Esse que é um estadista e prestou serviços relavantes ao país. E ele disse que o ideal era irmos até o fim – afirmou Temer.

O deputado contou que daria uma resposta por volta das 19h e que duas horas depois foi surpreendido.

– A articulação do eminente presidente do Senado foi em outra direção – disse Temer, referindo-se ao apoio de Renan a Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Temer citou trecho do blog do jornalista Jorge Bastos Moreno que afirma que Renan, pela conduta em relação à candidatura do PMDB, cometera quebra de decoro e crime de responsabilidade e, por isso, não tinha mais autoridade para conduzir uma reforma política que tivesse como eixo a fidelidade partidária. Nesse momento, Temer foi aplaudido fortemente.

– É a destruição da palavra pela ação. Eu posso falar de fidelidade partidária. Esse é um mau exemplo de incorreção política e desmoraliza-nos – declarou.

Temer considerou que três nomes estavam aptos à disputa – o dele próprio, o de Inocêncio Oliveira (PL-PE), por ter presidido a Câmara anteriormente, e o de José Thomaz Nonô (PFL-AL), por ocupar o posto de primeiro-vice. Temer defendeu mudança regimental que permitisse ao primeiro vice assumir imediatamente e sem nova eleição em caso de vacância da presidência. E continuou os ataques a Renan e ao governo Lula:

– Essa Casa não pode vergar-se ao Executivo. Mas isso não há de ser palavra, mas ação. Essa Casa também não deve hostilizar o Executivo. Fazer dessa Casa sucursal da presidência do Senado ou do Executivo é a negação da Constituição.

 

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