| 26/09/2005 16h35min
A liberação pelo governo, na semana passada, de R$ 500 milhões do Orçamento de 2005 para a execução de emendas parlamentares, às vésperas da eleição para a Presidência da Câmara, repercutiu entre candidatos ao cargo. O deputado José Thomaz Nonô (AL), candidato do PFL, não vê problemas na liberação das verbas.
– Fico até feliz, pois esses recursos vão para as bases, não para os deputados. Aliás, vou comemorar se o governo quiser liberar R$ 1 bilhão em emendas, já que as pessoas nos municípios é que vão ser beneficiadas. Tomara que executem o orçamento todo – afirmou Nonô.
Nonô reagiu com ironia a perguntas sobre a hipótese de a liberação dos recursos ser uma manobra para beneficiar o candidato do governo. Ele repetiu palavras do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, para afirmar que se trata de mera coincidência.
Já para o candidato do PMDB, deputado Michel Temer (SP), a decisão do governo de autorizar a execução das emendas parlamentares neste momento é grave.
– Acho que não colabora em nada para os bons costumes políticos. A disputa é da Casa e a decisão há de ser dos deputados. Quem interferir estará fazendo uma ação incorreta – disse.
A área econômica do governo justifica a medida com o argumento de que as receitas e despesas do governo são revistas bimestralmente. Dessa forma, em caso de folga no orçamento, a liberação dos recursos seria quase automática.
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