| 26/09/2005 13h43min
O senador Saturnino Braga (PT-RJ) foi convidado hoje a voltar ao PDT, mas recusou. O convite partiu do presidente nacional do PDT, Carlos Luppi, com o qual Saturnino já teve uma discussão que acabou no Conselho de Ética do Senado.
No início de 2003, como suplente de Saturnino, Luppi reivindicou assumir a metade do mandato do senador, que havia se comprometido, em carta, durante a eleição, em 1998, a dividir os oito anos de Senado com o então vice-presidente do PDT. Passados quatro anos, Luppi queria que Saturnino renunciasse ao resto do mandato, em 2003. O senador se recusou alegando que, apesar de eleito pelo PDT, já havia se transferido para o PT e rompido com Anthony Garotinho, então liderança máxima do partido no Rio de Janeiro e que se tornou opositor do presidente Lula. O Conselho de Ética deu ganho de causa para Saturnino.
Apesar da polêmica, Luppi e Saturnino reataram recentemente e o senador esteve muito próximo de retornar ao PDT, a convite do antigo algoz. Somente na última sexta, Saturnino bateu o martelo e decidiu ficar no PT.
– O que me convenceu a ficar foi essa maravilhosa eleição do partido, onde, apesar de toda a crise, mais de 300 mil filiados, numa demonstração de confiança no PT, foram às urnas. Quanto ao problema com o PDT, é coisa do passado e já passamos por cima. Agradeci ao convite do Lupi e decidi continuar no PT – disse Braga.
Carlos Luppi confirma que reatou com Saturnino Braga, apagaram as diferenças do passado e o convidou a retornar ao PDT.
– Na política, a gente tem que olhar para a frente e não para o retrovisor – diz Luppi.
O PDT é um dos partidos que está engordando sua bancada com a revoada de deputados que buscam uma legenda que garanta espaço e mais chances de reeleição em 2006. O partido de Luppi pode não estar ganhando em quantidade, mas pode se dizer que está levando em qualidade ao filiar parlamentares com biografias respeitadas, casos dos deputados Sérgio Miranda (ex-PCdoB-MG), André Costa (ex-PT-RJ) e o senador Cristovam Buarque (ex-PT-DF).
– Não temos do que reclamar. Estamos ganhando com esses nomes e o PDT está sendo seletivo na escolha. Não queremos o resto do PP, do PTB e do PL – disse Carlos Luppi.
AGÊNCIA O GLOBO
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