O Banco Central informou hoje que, entre janeiro e agosto, o setor público consolidado (União, Estados, municípios e estatais) destinou R$ 105,688 bilhões para pagar os encargos da dívida. O valor equivalente a 8,4% do Produto Interno Bruto (PIB) e indica um crescimento de 26,1% em relação aos oito primeiros meses de 2004, quando os juros acumulador totalizavam R$ 83,8 bilhões (7,4% do PIB). Se considerados os últimos 12 meses, os juros nominais apropriados atingiram R$150,2 bilhões (7,9% do PIB).

Para cobrir esse gasto, o governo fez um superávit primário (receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros) de R$ 78,931 bilhões, o equivalente a 6,26% do PIB (Produto Interno Bruto) projetado para o período e bem acima da meta, que era de R$ 60,184 bilhões. No ano, a meta de superávit é de 4,25% do PIB, ou R$ 83,850 bilhões. Como o esforço fiscal não foi suficiente para cobrir todo o gasto com juros, no ano o déficit nominal (receitas menos despesas, incluindo os gastos com juros) chega a R$ 26,756 bilhões (2,12% do PIB).

Em agosto, o setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 10,186 bilhões, contra R$ 10,931 bilhões em igual período do ano passado. O governo central contribuiu com um superávit de R$ 4,508 bilhões, os governos regionais (estados e municípios) tiveram superávit de R$ 2,391 bilhões e as empresas estatais tiveram saldo positivo de R$ 3,286 bilhões.

O superávit primário nos 12 meses até agosto equivale a 5,1% do PIB, ante 5,17% nos 12 meses até julho. O BC informou também que a dívida líquida total do setor público subiu para 51,7% do PIB em agosto, contra 51,5% em julho. O déficit nominal do país foi equivalente a 2,85% do PIB nos 12 meses até agosto, acima dos 2,73% nos 12 meses até julho.