| 21/09/2005 12h16min
A conta de serviços (viagens internacionais, juros da dívida externa, remessa de lucros e dividendos) cresceu 61% em agosto em relação ao mesmo mês de 2004 e reduziu expressivamente o saldo das contas externas. As transações correntes (soma de serviços e da balança comercial) registraram um superávit de US$ 822 milhões em agosto, frente a um saldo de US$ 1,751 bilhão em relação ao mesmo mês do ano passado.
A balança comercial não foi capaz de compensar esse aumento nas despesas com serviços e teve um crescimento de 6,9%, passando US$ 3,434 bilhão para US$ 3,671 bilhão. Em agosto, na conta de serviços, as maiores influências para a piora do resultado vieram das viagens internacionais, que passaram de um saldo de US$ 9 milhões em agosto de 2004 para um déficit de US$ 103 milhões no mês passado. Isso se deve à valorização do real e ao crescimento da economia, que provocou a melhora da renda dos trabalhadores. Em igual comparação, a conta de juros da dívida externa passou de um déficit de US$ 981 milhões para US$ 1,313 bilhão.
As remessas de lucros e dividendos dobraram e passaram de US$ 492 milhões para US$ 1,087 bilhão. No acumulado do ano, as transações correntes mantêm um superávit de US$ 8,698 bilhões, acima dos US$ 7,970 do mesmo mês de 2004. Esse resultado é todo sustentado pela balança comercial. Nos últimos 12 meses, (de setembro 2004 a agosto 2005) o saldo corrente está em US$ 12,465 bilhões, o que equivale a 1,78% do PIB. A previsão do Banco Central é de que esse superávit das transações correntes diminua nos próximos meses e feche este ano em US$ 9,4 bilhões. Essa previsão se baseia num superávit comercial de US$ 38 bilhões, abaixo das expectativas do mercado, que era de US$ 40 bilhões.
Um dos itens que mais surpreenderam este ano foram as remessas lucros e dividendos de empresas. Elas atingiram US$ 7,886 bilhões de janeiro até agosto e já superam o montante de envios de todo o ano passado (US$ 7,338 bilhões). Em agosto de 2004 o resultado foi de US$ 4,575 bilhões.
Segundo o Banco Central, isso se deve ao resultado positivo que empresas estrangeiras no Brasil estão tendo neste ano em relação a anos anteriores. O investimento estrangeiro direto dessas empresas multinacionais somou US$ 1,146 bilhão em agosto. É um resultado bem inferior ao mesmo mês do ano passado, que registrou um acumulado de US$ 6,089 bilhões, influenciado pela fusão da Interbrew com a Inbev. No ano, o investimento estrangeiro direto está em US$ 11,744 bilhões, o mesmo nível do ano passado (US$ 11,735 bilhões).
AGÊNCIA O GLOBOGrupo RBS Dúvidas Frequentes | Fale Conosco | Anuncie | Trabalhe no Grupo RBS - © 2024 clicRBS.com.br Todos os direitos reservados.