| 18/09/2005 22h25min
Após chegar a ser anunciado por amigos do presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti, que a renúncia ocorreria na quarta, a dúvida voltou a pairar nos pensamentos do político acusado de envolvimento no mensalinho. À noite, com a chegada do líder do PP, José Janene (PP-PR), contrário à renúncia, Severino reavaliou a questão, apesar disso, não deve voltar atrás.
Antes de anunciar a sua decisão, Severino pretende se reunir na segunda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele espera confirmar o encontro com o Lula para a tarde.
Segundo políticos que estiveram neste domingo com Cavalcanti, nas conversas que manteve ao longo do dia com correligionários e membros da Mesa, Severino decidiu anunciar renúncia, em pronunciamento no plenário da Câmara, a renúncia ao cargo e ao mandato.
De acordo com o quarto-secretário João Caldas (PL-AL), o que mais irritou Severino nos últimos dias foi a movimentação dos partidos para escolher seu sucessor antes de ele decidir se se afastava ou renunciava. Por isso admitiu, por algum tempo, a possibilidade da licença-médica por 120 dias. Com o afastamento, não haveria eleição até que retornasse.
Hoje, entretanto, Severino não conta mais com o afastamento ou licença. Seu discurso está previsto para quarta.
– Era como se os herdeiros começassem a dividir a herança com o moribundo ainda vivo – disse Caldas.
Com a renúncia, Severino evita o processo de cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar.
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