| 15/09/2005 20h40min
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) afirmou nesta quinta-feira que prefere o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no poder como réu do que como vítima, pois não saberia precisar que tipo de convulsão social poderia ocorrer se Lula sofresse um impeachment.
Simon assegurou que não há clamor popular para cassar o presidente, e que "as coisas" têm que aparecer ao natural, com provas, não apenas com suspeitas.
– O PFL até se reuniu com advogados para tratar do assunto, mas ninguém concordou. Poderíamos cassá-lo por omissão, mas ainda não temos prova se ele fez isso ou aquilo – disse o senador.
Simon esteve em Florianópolis nesta quinta-feira, a convite da Associação Catarinense de Imprensa (ACI), para falar sobre ética na política. Sua palestra "Um Novo Rumo para o Brasil" lotou as galerias da Assembléia Legislativa.
À tarde, a caminho da sede da ACI, onde concedeu entrevista coletiva, Simon pôde medir sua popularidade. Por diversas vezes foi parado por cidadãos para ser cumprimentado e tirar fotos. Passou ao lado da sede central dos Correios, onde os funcionários faziam manifestações em greve, e foi aplaudido.
O senador disse que por trás de toda a corrupção estão as campanhas eleitorais. Ele defende que agora é o momento de tirar definitivamente do papel a reforma política, com mudanças como o voto distrital, redução de partidos políticos, programas eleitorais de tevê ao vivo, campanhas mais baratas, sem showmícios e financiadas com dinheiro público.
Pedro Simon acredita que as transformações precisam ser cobradas do governo pela população.
– O Congresso estará pronto para as modificações depois de cassar o Roberto Jefferson, o Severino Cavalcanti, o José Dirceu e os outros – defendeu o senador.
Na sua avaliação, as Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) do Congresso entram agora em um segundo momento, o de apurar de onde vem o dinheiro que financia as campanhas eleitorais e o mensalão.
– Precisamos ir fundo na origem, na montanha de dinheiro. Temos que investigar os fundos de pensão, a Petrobras, os contratos de publicidade, os bancos – acrescentou.
Conhecido por sua postura ética, respondeu com humor se algum dia havia recebido alguma proposta de mensalão:
– Não, nada! Que sacanagem, nem indiretamente – brincou, fazendo trejeitos de indignação.
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