| 06/09/2005 10h01min
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto teve variação de 0,17%, abaixo dos 0,25% de julho. O IPCA é a taxa usada pelo Banco Central como parâmetro do sistema de metas de inflação. O BC sobe ou reduz a taxa básica de juros para tentar alcançar a meta, que este ano é de 5,1%.
Com o resultado de agosto, o IPCA acumula 3,59% no ano. Nos últimos 12 meses, o índice é de 6,02%. Responsável por mais da metade da taxa de julho em razão da aplicação do reajuste anual, o telefone fixo foi um dos principais itens que contribuiu para a redução do índice de um mês para o outro, passando de 4,21% em julho para 1,15% em agosto.
Pelo terceiro mês consecutivo, o grupo Alimentação e Bebidas apresentou queda: de - 0,67% em junho, chega a - 0,77% em julho e passa para - 0,73% em agosto. Nestes três meses, os alimentos acumulam queda de 2,15% e, no ano, o grupo apresenta variação de 0,80%.
Em agosto, com exceção de Belém, onde a taxa ficou estável (0,01%), o grupo dos alimentos mostrou queda nas demais regiões, chegando a -1,01% em São Paulo. Entre os produtos que mais influenciaram o resultado dos alimentos neste mês, destacam-se: batata inglesa (-15,99%); cebola (-11,13%); tomate (-8,37%); feijão preto (-6,07%); hortaliças (-6,04%); feijão carioca (-3,15%) e leite (-3,02%).
Os preços dos combustíveis também cresceram menos. O álcool, que vem subindo sob influência das cotações da cana-de-açúcar, teve 1,58% de variação, menos do que em julho (2,05%). Da mesma forma, a gasolina, acompanhando o comportamento do álcool utilizado em sua mistura, passou de 0,87% para 0,34%.
Dentre os itens que apresentaram crescimento na passagem de julho para agosto, os destaques foram empregados domésticos, que teve a maior contribuição individual do mês (0,06 ponto percentual), e passagens aéreas. Os salários dos empregados domésticos tiveram variação de 1,86% em agosto, após a taxa de 0,90% em julho. Tendo em vista a metodologia de cálculo utilizada, estes resultados são reflexos do reajuste do salário-mínimo ocorrido em maio. Já as passagens aéreas, após os 2,84% de julho, ficaram 4,80% mais caras em agosto. Esta alta é atribuída aos custos.
Outros itens tiveram taxas mais elevadas de um mês para o outro, com destaque para água e esgoto (de 0,21% para 2,39%), ônibus urbanos (de -0,22% para 0,36%) e intermunicipais (de 0,10% para 0,55%).
Entre as regiões pesquisadas, o maior índice foi o de Belém (1,83%), onde ocorreram fortes aumentos na taxa de água e esgoto (26,54%), energia elétrica (8,21%) e ônibus urbano (7,83%), cujos itens tiveram um impacto de 1,41 ponto percentual no índice. Porto Alegre (-0,05%), por sua vez, foi a única região a apresentar resultado negativo.
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