| 05/09/2005 18h38min
Severino Calvacanti (PP-PE) disse hoje, por telefone, a parlamentares que pediam sua renúncia à presidência da Câmara dos Deputados, que não irá deixar o cargo. O deputado, acusado de ter recebido propina, embarca hoje à noite para os Estados Unidos, onde representa o Brasil em uma conferência da Organização das Nações Unidas (ONU).
Severino descartou qualquer tipo de afastamento, mesmo temporário. A partir desta decisão, os parlamentares decidiram criar uma comissão independente para investigar o presidente da Câmara. O grupo não tem caráter formal, mas deve recolher indícios e provas contra o deputado e encaminhar os documentos ao Conselho de Ética.
Os partidos de oposição protocolaram um documento na presidência da Câmara, pedindo o afastamento do presidente da Casa. Os líderes e representantes do PSDB, PFL, PPS, PV e da minoria afirmam que sem isso as investigações serão comprometidas. Os representantes parlamentares argumentam que, por diversas vezes, Severino dirigiu-se à nação anunciando que agiria na condição de magistrado diante de questões que dividiam a Casa e exigiam especial atenção por parte dos parlamentares.
O pedido de afastamento do presidente pela oposição provocou uma reação. Parlamentares ligados a Severino convocaram até um marqueteiro para conter seus arroubos e segurá-lo no posto. A aposta do grupo ligado a Severino é que, nos próximos dias, a falta de provas aborte a iniciativa da oposição. A sessão do plenário foi presidida por Ciro Nogueira (PP-PI), que aproveitou a oportunidade para correr atrás de apoio para Severino, que é seu padrinho político.
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