| 02/09/2005 08h54min
O dossiê montado por Celso Daniel antes de morrer inclui esquemas sobre como funcionava o propinoduto na prefeitura de Santo André (SP).
Os promotores encarregados de investigar o caso e a própria família acreditam que Daniel sabia da corrupção e participava da arrecadação de suborno junto aos empresários. Fazia isso em prol do PT e se revoltou ao saber que parte do dinheiro era desviado para os bolsos dos arrecadadores, todos detentores de cargos de confiança da prefeitura. Teria sido morto quando ameaçou denunciar o esquema de desvio de dinheiro do caixa 2.
Entre as provas do propinoduto constantes do dossiê preparado pelo petista e incluídas no processo judicial que tramita no fórum de Santo André está um manuscrito, no qual um dos empresários anota quanto cada empresa de ônibus teria de entregar aos funcionários da prefeitura.
O croqui informa que a arrecadação de propina do mês é de R$ 100 mil, dá o nome de cada empresa e, ao lado, coloca a contribuição devida por cada um. No cabeçalho, a recomendação: entregar para Sérgio Gomes da Silva, o Sombra (que jantou com Daniel na noite do seqüestro). Sombra está denunciado como mentor da morte do prefeito.
Os promotores também possuem cópias de comprovantes de depósitos feitos pelo empresário Luís Gabrilli Filho (dono da maior empresa de ônibus de Santo André) em contas de Sérgio Gomes da Silva. O advogado de Sombra contesta as acusações e diz que seu cliente está sendo vítima de chantagem.
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