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 | 29/08/2005 23h20min

Caso ISL: Guerreiro aponta responsáveis pela fraude

Ex-presidente não está envolvido no desvio dos cheques, diz advogado

O advogado criminalista Paulo Olímpio Gomes de Souza disse nesta segunda, na primeira audiência do processo Grêmio-ISL, que o ex-presidente José Alberto Guerreiro "forneceu indicativos e caminhos que levarão ao responsável pela fraude contra o clube". Dos 11 réus denunciados, apenas o empresário Dody Sirena não compareceu, tendo decretada sua prisão preventiva pela juíza Kátia Elenise Oliveira da Silva, responsável pelo processo.

O processo apura o sumiço de três cheques emitidos pela empresa suíça ISL ao Grêmio em agosto de 2000. O valor total, de US$ 310 mil, se destinava ao pagamento de multas relativas aos jogadores Amato, Astrada e Paulo Nunes. Mas acabou depositado em conta de doleiros de Brasília e Santa Catarina.

Para Paulo Olimpio, "o Grêmio e o diretor de finanças (referindo-se a Martinho Faria, vice de finanças na época da emissão dos cheques) foram usados".

– A verdade do fato não passa pelo Grêmio – afirmou Paulo Olimpio.

Ele sugeriu aos jornalistas que buscassem informações sobre a compra de Petkovic pelo Flamengo em 2000, negócio apurado pela CPI do Futebol. Segundo o advogado, há semelhanças entre as duas fraudes.

Guerreiro, que chegou ao Fórum às 13h52min, acompanhado de três dos quatro filhos, falou durante uma hora e meia e saiu sem dar entrevistas. Em seguida, foi interrogado Martinho Faria, o primeiro dos réus a chegar ao Fórum, às 13h47min.

– Ele é vítima de uma construção cerebrina. Não há contra ele nenhuma prova concreta. Apenas assinou uma carta endereçada a ISL reclamando do não-pagamento de parcelas do contrato não pagas ao Grêmio. Jamais se referiu a multas – afirmou Mathias Nagelstein, advogado de Faria.

Também foram interrogados Wesley Cardia e Nilton Maia Leão, respectivamente ex-presidente e ex-diretor financeiro da ISL do Brasil, e os doleiros Valmor Schaefer, Jamel Nasser, Cesar Augusto Roweder, Celso Roweder, Emerson Borges de Jesus e Tcharles de Abreu.

Não há estimativa de prazo para o encerramento do processo. Como um dos advogados admitiu que até mesmo os três jogadores que deram origem às multas possam ser arrolados pelos réus, é certo que o processo não irá finalizar antes de 2006. Amato e Astrada residem na Argentina e Paulo Nunes, em Goiás. Os três já abandonaram o futebol.

LUÍS HENRIQUE BENFICA/ZERO HORA
 

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