| 29/08/2005 17h12min
A desistência do presidente do PT, Tarso Genro, em disputar o Processo de Eleição Direta (PED) pelo Campo Majoritário vai incendiar ainda mais a guerra com as tendências de esquerda do partido. Integrante do Bloco Parlamentar de Esquerda do PT, o deputado Ivan Valente (PT-SP) avaliou com pessimismo o anúncio.
– Agora ficou muito mais difícil qualquer possibilidade de acordo. Vamos ter de radicalizar ainda mais – disse o deputado.
Apesar de ser integrante da Ação Popular Socialista, que tem como candidato Plínio de Arruda Sampaio, Valente identificava em Tarso possibilidade de mudança na condução dos rumos do partido, sobretudo alterações nas práticas adotadas nos últimos anos pelo grupo do deputado José Dirceu (PT-SP).
– Vai ficar tudo na mesma. Desse jeito não dá – disse o deputado, que já estuda uma mudança de partido. – Vamos esperar até a eleição, mas está difícil – completou.
Tarso foi lançado como candidato que poderia mudar a imagem da direção do PT após denúncias de corrupção. Oriundo da tendência Movimento PT, o ex-ministro da Educação era aposta do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para intermediar um diálogo entre o Campo e as tendências de esquerda.
Ele chegou a promover reuniões com as bancadas no Congresso, com o bloco de esquerda e intelectuais de diversas correntes. Passou a ser minado depois que pediu punições severas aos integrantes do PT envolvidos no esquema de Marcos Valério.
Tarso também deu um ultimato para Dirceu abandonar a chapa do Campo Majoritário. O ex-ministro da Casa Civil bateu o pé. Alegou que Tarso poderia ter feito a proposta sem levá-la a público. Nesta segunda-feira, o ex-ministro da Educação declarou que vai colaborar no PED, mas não será mais candidato.
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