| 27/08/2005 00h23min
No momento em que as CPIs dos Correios e do Mensalão começam investigações a respeito de fundos de pensão, a revista IstoÉ deste fim de semana publica uma reportagem revelando um contrato entre o Citibank com fundos.
Com o título de Como o Citibank ganhou um presente bilionário dos fundos de pensão, a reportagem mostra um acordo assinado no dia 9 de março deste ano colocando, de um lado, a Previ, a Petros e a Funcef e, de outro, o maior grupo financeiro do mundo, o Citigroup.
No documento, as fundações obrigam-se a comprar as ações do Citi na Brasil Telecom, uma das maiores empresas de telefonia do país, pagando um sobrepreço de 240% sobre o valor dos papéis. Em julho de 1998, diz a revista, os fundos de pensão pagaram R$ 32 por cada lote de mil ações da Brasil Telecom. Em 9 de março deste ano, quando o contrato com o banco foi assinado, cada lote de mil ações valia R$ 23,50, de acordo com os registros da Bolsa de Valores de São Paulo. O acordo, no entanto, obriga os fundos de pensão a pagar ao Citibank R$ 90 por lote de mil ações. Os fundos têm patrimônio de R$ 140 bilhões.
Na lista dos fundos que serão investigados pelas CPIs, estão os três maiores previdenciários: a Previ, dos funcionários do Banco do Brasil, a Petros, da Petrobras, e a Funcef, da Caixa Econômica Federal. A revista diz que no momento em que os deputados e senadores jogarem luz na caixa-preta que resguarda os bilionários investimentos dos fundos irão deparar com o documento.
Nesta semana, a CPI dos Correios aprovou a quebra dos sigilos bancários de 10 fundos de pensão. Com isso, os congressistas querem investigar se algum deles realizou algum investimento nos Bancos Rural e BMG como uma forma de recompensa pelos empréstimos concedidos pelas instituições às empresas de Marcos Valério de Souza, suposto operador do mensalão, e depois repassados ao PT.
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