O empresário Marcos Valério já não tem mais participação acionária na SMP&B Comunicação e na DNA Propaganda. A informação foi confirmada na tarde desta quinta pelo ex-sócio dele, Ramon Cardoso, que depôs por duas na Superintendência Estadual da Polícia Federal (PF), em Belo Horizonte.

O publicitário foi à PF prestar esclarecimentos sobre a quitação de empréstimos tomados pelas agências nos bancos Credireal e Rural. A corporação investiga possíveis fraudes contra o sistema financeiro cometidas durante a liquidação das dívidas.

Em sua defesa, Cardoso disse que atuava nas empresas apenas nos setores de marketing e criação. Apesar de reconhecer ter conhecimento das operações com os bancos, ele afirmou que não houve irregularidades nas transações.

A PF apura porque o Credireal recebeu uma fazenda avaliada em R$140 mil, mas cujo valor declarado era de R$1,2 milhão, como pagamento de um débito de R$1,8 milhão da SMPB Comunicação.

No caso do Banco Rural, as cifras são maiores. Em 1998, a DNA Propaganda usou um contrato de publicidade com a Secretaria de Estado de Comunicação de Minas Gerais como garantia de um empréstimo, que, à época de sua quitação, cinco anos depois, era calculado em R$14 milhões, considerando juros e correção monetária. O que a PF quer saber é porque o banco aceitou receber apenas R$2 milhões para dar a dívida por encerrada.