| 17/08/2005 11h34min
Os produtores da região da Campanha lançaram nesta terça o projeto de Indicação Geográfica de Procedência da Carne do Pampa Gaúcho. Elaborado em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o programa busca identificar a procedência e a origem da carne gaúcha, assegurando a qualidade e agregando valor ao produto.
O selo de qualidade deve ser concedido, pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), até o final do ano. Segundo a diretora de operações do Sebrae e organizadora do projeto, Susana Kakuta, a identificação de procedência exige o reconhecimento do centro produtor, comprovando que a região tem tradição na atividade. Já a denominação de origem impõe condição topoclimática e ambiental exclusiva, impedindo que produtos de outras regiões tenham as mesmas características.
– A identificação geográfica incorpora valores, história, cultura e diferenciais produtivos. Beneficia o produtor, que vai ter uma carne com maior valor no mercado. Beneficia o consumidor, que tem a garantia da qualidade. E beneficia a região, pelo aumento do turismo – diz a diretora.
Cerca de 250 produtores participaram do seminário de lançamento do projeto, realizado na Associação Rural de Bagé. A Estância Santa Maria, de Gedeão Pereira, por estar desenvolvendo a fase experimental do programa, sediou uma visita técnica. A propriedade, localizada a 52 quilômetros do centro da cidade, trabalha na reconversão das raças de bovinos. Os animais devem ser criados em regime extensivo, com pastagens naturais e rastreabilidade desde o nascimento. Só levará selo a carne que atingir essas exigências.
A recém-fundada Associação de Produtores da Carne do Pampa (Apropampa) será responsável pela fiscalização das características da carne. Mais de 1,5 mil produtores estão na área do Pampa, mas apenas 400 propriedades deverão ter condições de seguir as exigências do selo.
– Só receberão o selo de qualidade os animais das
raças angus e hereford e suas cruzas,
pela adaptação ao clima da região e qualidade já reconhecida – diz Ricardo Weiler, presidente da Apropampa.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. De 2000 até este ano, as exportações deverão crescer quatro vezes. Em 2004, foram exportadas 1,8 milhão de toneladas (equivalente carcaça), e a previsão para 2005 é de 2,15 milhão de toneladas. A Apropampa abrange os municípios de Bagé, Dom Pedrito, Lavras do Sul, Candiota, Hulha Negra, Pedras Altas, Aceguá e Pinheiro Machado.
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