| 16/08/2005 19h54min
O senador José Sarney (PMDB-AP) afirmou hoje, na tribuna da Casa que não se pode estender ao PT "os erros e omissões de seus dirigentes". Sarney ressaltou que a esquerda lutou para conquistar e consolidar seus espaços que, a seu ver, são essenciais para a democracia.
– Ela (esquerda) corresponde ao pensamento de uma grande parcela da população, e continua sendo uma das grandes forças do progresso da humanidade, inclusive nas sociedades mais capitalistas – afirmou Sarney.
Na avaliação do ex-presidente da República, a ascensão de Lula à Presidência da República em 2002 colocou no poder "uma esquerda equilibrada e responsável". Neste sentido, "sobretudo conseguiu o que parecia impossível: trazer uma enorme dose de confiança às forças econômicas, internas e externas. Está realizando um programa social de profundidade".
No seu discurso, José Sarney relembrou a crise política de 1955, iniciada a partir de denúncias de corrupção contra o governo, que culminou com o suicídio do presidente Getúlio Vargas.
– Também naquela época, a oposição cruel, de que eu fazia parte, dizia que o Presidente estava envolvido, que era ele o mandante, que era ele o responsável, e diante deste ataque frontal só teve uma saída, que foi a saída de mostrar, com a sua morte, que ele não tinha o envolvimento nos crimes – afirmou o senador.
Segundo Sarney, "o Brasil que viveu o tempo da crise de Vargas tinha, como hoje, a sensação de que era o fim do mundo, que tínhamos chegado ao fim". A história, segundo ele, mostrou que os problemas passam.
– Não podemos jamais responsabilizar o país nem permitir que o país sofra com problemas de uma crise existencial – explicou.´
Sarney ressaltou que os momentos de crise política devem servir aos homens públicos como um momento para banir da vida pública "estes homens que a enlamearam". Além disso, o senador ressaltou a necessidade de se evitar que a democracia seja julgada "por aqueles que violaram os seus valores".
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