O ex-assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz será ouvido a partir das 11h30min desta quinta na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos protegido por um habeas corpus. O clicRBS fará narração minuto a minuto de toda a sessão.

Diniz deporá na condicação de testemunha, condição que o obrigaria a assinar um termo de compromisso de só dizer a verdade durante o interrogatório. Com o hábeas, poderá se negar a responder questionamentos, além de contar com a assistência de seu advogado.

O ex-assessor direto do então ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, foi exonerado em 13 de agosto de 2004, após divulgação pela revista Época de vídeo gravado em 2002. Na fita, Diniz aparece negociando propina com o empresário do ramo de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.

Qaundo presidia a Loteria do Rio de Janeiro (Loterj), Diniz pediu dinheiro para si e para as campanhas de Rosinha Garotinho (ex-PSB, hoje no PMDB) e Benedita da Silva (PT) ao governo do Rio.

Diniz também é suspeito de cobrar propina para garantir a renovação de contrato da Gtech com a Caixa Econômica Federal em 2003. De acordo com o relator da CPI dos Bingos, senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), o depoimento do ex-presidente da Gtech Antonio Carlos de Lino, na última quinta, deu a certeza de que Diniz tentou subornar a Gtech para renovar o contrato com a Caixa.

Documentos obtidos pela comissão reforçaram as suspeitas de corrupção que recaem sobre a renovação do contrato entre a Gtech e a Caixa para o processamento de loterias, no valor de R$ 650 milhões. Acusado de tentar extorquir R$ 6 milhões da Gtech para garantir a renovação, o advogado Rogério Buratti telefonou nove vezes para um consultor da presidência da Caixa no dia da concretização do negócio, 8 de abril de 2004. Buratti já assessorou três petistas de peso: José Dirceu, João Paulo Cunha e Antonio Palocci, de quem foi secretário de governo na Prefeitura de Ribeirão Preto. O advogado é suspeito de ser o intermediário, por indicação de Waldomiro Diniz, nas negociações.

A CPI dos Bingos foi instalada no ano passado para investigar a utilização das casas de jogos na lavagem de dinheiro e o envolvimento desse tipo de negócio com o crime organizado.