| 10/08/2005 17h27min
O dólar caiu mais 0,65% hoje e atingiu novo piso no ano ao fechar valendo R$ 2,278 na compra e R$ 2,280 na venda. É a menor cotação desde 10 de abril de 2002. O grande destaque do dia foi o risco-país, que chegou à mínima de 373 pontos centesimais, a menor pontuação desde outubro de 1997. No fechamento, o EMBI+ Brasil marcou 376 pontos, com queda de 1,31% (5 pontos).
A crise política continuou em segundo plano e mais uma vez não chegou a influenciar os negócios. Para o diretor do Modal Asset Management, Alexandre Póvoa, o mercado está "se agarrando" à aposta de que a crise política não irá levar a uma mudança na condução da economia. Segundo ele, os números do mercado estaria ainda melhores, não fosse a crise que afeta o governo e que coloca dúvidas sobre o futuro.
– Os fundamentos econômicos estão muito bem, obrigado. Mesmo com juros em alta, a atividade econômica surpreendentemente vem se mantendo e dá sinais de aquecimento. A exceção fica com os aumentos do petróleo, mas o Brasil tem conseguido compensar essa variável com ganhos nas commodities – disse ele.
De acordo com Póvoa, há uma resposta do mercado a fundamentos econômicos internos e externos, apesar de uma crise política séria.
– Esses números tendem a permanecer positivos, pelo menos até que surja um problema envolvendo o presidente, a Fazenda ou o Banco Central – afirmou.
Segundo informa Mário Battistel, diretor de câmbio da corretora Novação, o volume de negócios com o câmbio foi bastante reduzido hoje. Ainda assim, a cotação continuou a ceder levando em conta fatores como fluxo, menor tensão com o cenário político e tendência internacional de depreciação da moeda americana.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em queda generalizada. Além da queda do dólar e do risco-país, o destaque do dia foi a divulgação de dois importantes índices de inflação que indicaram desaceleração ou queda de preços.
O IPC-Fipe apontou taxa de 0,19% na primeira quadrissemana de agosto, contra 0,30% do mesmo período de julho. O IGP-M apontou deflação de 0,36% na primeira prévia do mês, contra deflação de 0,09% no mesmo período do mês passado. As taxas foram inferiores ao esperado e aumentaram as discussões a respeito do momento ideal do início dos cortes de juros.
Apesar de o mercado especular sobre a possibilidade de queda de juros já em agosto, não é isso o que mostram as apostas na BM&F. De acordo com a projeção do Depósito Interfinanceiro (DI) de setembro, a taxa Selic cairia apenas 0,08 ponto percentual este mês, o que significa que a grande maioria das apostas é de manutenção da taxa.
As informções são da Agência O Globo.
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