| 10/08/2005 17h25min
Com o embarque de 13 mil bovinos amanhã, no porto de Rio Grande, a exportação de gado vivo se consolida como um novo mercado à pecuária gaúcha. Sinônimo de lucro para produtores, o negócio soa como ameaça aos frigoríficos e curtumes.
Os terneiros que seguem a bordo do navio-curral Bader 3 para o abate no Líbano são oriundos de pelo menos 50 municípios da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Este é o terceiro embarque do ano. Somados, são quase 35 mil exemplares vendidos ao Líbano. Segundo o presidente da Associação Rural de Pelotas, Elmar Carlos Hadler, outras quatro empresas do gênero já teriam demostrado interesse em comprar animais criados no Estado.
– Não queremos e nem podemos proibir a venda de gado vivo. Só pressentimos que poderá faltar matéria-prima – critica o diretor-executivo do Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Estado (Sicadergs), Zilmar Moussalle.
De acordo com ele, o Estado perde com a exportação porque não arrecada Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e não agrega valor ao produto. O presidente da Associação Rural de Pelotas rebate:
– Se o negócio não fosse lucrativo para o produtor, ele não venderia. Os frigoríficos pagam pouco pelos animais, com mais prazo e ainda descontam o frete.
A empresa Angus International pagou à vista entre R$ 1,50 e R$ 1,55 pelo quilo vivo e ainda reembolsou as despesas do frete aos produtores. Para Fernando Adauto Loureiro de Souza, da Federação da Agricultura no Estado, exportar gado em pé não é o ideal, mas foi uma alternativa encontrada pelos pecuaristas para enfrentar a crise.
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