| 30/07/2005 15h28min
A seqüência de escândalos de corrupção que atingiu o PT estimulou a largada de desfiliações nos municípios gaúchos. Nas últimas semanas, de militantes a políticos começaram a abandonar o partido por estarem envergonhados com a crise. – Muitos deixaram a base em Porto Alegre. A política econômica adotada pelo governo Lula, aliada à corrupção, provocou a saída de militantes – afirma Raquel Vercelino, ex-secretária de formação política da Executiva do PT municipal, que saiu há mais de um mês.
Apesar de o PP comemorar a filiação de mais de 10 mil pessoas desde março, houve dissidências. O PL enfrenta a mesma situação. PMDB e PSDB tentam atrair virtuais candidatos a deputado para as eleições em 2006. Em cidades como Porto Alegre, Viamão, Santo Ângelo, Cachoeira do Sul e Santa Maria, já houve baixas nos quadros partidários. Petistas de Santiago e Pelotas estudam o ingresso no P-Sol.
– Há posturas individuais, e não um movimento generalizado. Todos aguardam o desfecho da crise política – diz o secretário-geral do PT estadual, Chico Vicente.
Em Charqueadas, o prefeito Jaime Silveira, no PT há mais de 20 anos, foi o primeiro chefe de Executivo a entregar a carteira de filiado, no último dia 20. O médico está sem partido e pretende encerrar a carreira política neste mandato.
Ainda não existem dados oficiais sobre migrações entre partidos. As siglas repassarão os números ao Tribunal Regional Eleitoral a partir de outubro, quando termina o prazo de troca dos candidatos.
O cientista político Carlos Arturi, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, destaca que o fenômeno pode englobar a movimentação individual gerada por desencanto e de grupos organizados, visando ao pleito do próximo ano:
– Se a crise se aprofundar, uma tendência inteira do PT poderá sair e engrossar P-Sol, PSTU ou PSB. Mas é difícil prever se irão sair filiados e quadros políticos importantes. Em 2006, poderá haver mais perdas, refletindo no resultado das eleições.
As informações são do jornal Zero Hora.
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