| 16/12/2001 21h53min
Num discurso em que alternou os papéis de candidato presidencial e principal condutor político do PT, o presidente de honra do partido, Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou neste domingo o 12º Encontro Nacional da sigla, em Olinda (PE). Lula concordou em ser inscrito numa prévia contra o senador Eduardo Suplicy (SP) pela vaga de candidato, a ser realizada em março. No discurso, ele fez pela primeira vez ataques diretos à candidata do PFL, Roseana Sarney, e defendeu a reaproximação com o PDT de Leonel Brizola, com o PPS de Ciro Gomes e com o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (PMDB).
Lula vinha se recusando a comentar o crescimento de Roseana nas pesquisas, sob o argumento de que esse seria um problema dos partidos que integram a base do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso. No encerramento do encontro, porém, o líder histórico do PT admitiu que Roseana "poderá ser um problema para nós".
– Temos de saber como enfrentá-la. É um dado novo no
cenário político de 2002, que nós
não tínhamos previsto – afirmou.
Aclamado pela platéia como "presidente", Lula conclamou as mulheres do PT a entrar em ação na campanha anti-Roseana.
– Porque não basta ser mulher. É preciso ter compromisso com o povo pobre deste país e com as pessoas sofridas – avaliou.
Com discurso pragmático, Lula pediu empenho do partido em busca de alianças. Falou em ganhar "corações e mentes" e pregou a necessidade de união das oposições.
– Este não é o momento de fazermos experiências políticas – afirmou.
Seu argumento é de que o PT precisa ser mais generoso e retomar as conversas com seus antigos aliados, com quem hoje vive às turras, como o PDT de Leonel Brizola. Além disso, Lula notou que para o PT chegar ao poder em 2002, será fundamental ultrapassar as fronteiras da esquerda na montagem dos palanques estaduais. Tudo como manda o figurino aprovado nos três dias do encontro de Olinda, que discutiu política de alianças e
programa de governo.
Embora o documento final do
encontro não mencione o PL, a coligação com o partido do senador José Alencar (MG), cotado para vice de Lula, pode receber sinal verde, pois está contemplada na frase que se refere a uma "ampla aliança com forças políticas da esquerda e do centro, que estejam em oposição a FH".
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