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 | 21/07/2005 22h13min

Dinheiro em cueca pode estar relacionado à obra no Nordeste

Nome e número de telefone estavam anotados no verso da passagem

A Procuradoria da República, em Fortaleza, descobriu onde José Adalberto Vieira da Silva esteve, em São Paulo, na véspera de ser flagrado com mais de R$ 200 mil em uma mala e US$ 100 mil na cueca. De acordo com o Jornal Nacional, às 11h17min da manhã, o ex-assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães, irmão do ex-presidente nacional do PT, José Genoino, ficou 10 minutos em um prédio comercial, onde são alugadas salas para reuniões. Às 11h27min, ele chegou ao hotel. Vinte minutos depois fez uma ligação para um celular de Fortaleza.

– A ligação pode ter sido para o dono do dinheiro – acredita Marcio Torres, procurador da República.

No verso da passagem aérea, que estava com José Adalberto, quando ele tentava embarcar de volta para Fortaleza, estava o nome e o número de telefone de um diretor da Cavan, indústria que faz parte do grupo Alusa, que integra o consórcio STN - Sistema de Transmissão de Nordeste. O STN  venceu uma concorrência para construir uma linha de transmissão de energia entre Teresina e Fortaleza. Um contrato de R$ 510 milhões.

Desse valor, R$ 300 milhões foram financiados pelo Banco do Nordeste. Três dias depois da prisão de José Adalberto, um dirigente do PT, Kennedy Moura, que trabalhava no Banco do Nordeste, pediu demissão, alegando motivos pessoais.

Kennedy negou envolvimento com o caso do dinheiro apreendido.


 

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