Desde que o Atlético-PR superou o Chivas Guadalajara, do México, na semifinal da Libertadores, o técnico Antônio Lopes começou a usar qualquer atitude ou declaração que partisse do São Paulo para motivar sua equipe. Primeiro, a brincadeira do atacante Amoroso, que havia sugerido a mudança do nome do estádio tricolor de Morumbi para "Moruntri", em alusão à terceira conquista continental do clube.

Depois, a não-liberação da Arena da Baixada para o primeiro jogo final. Posteriormente, diversos outros comentários de são-paulinos foram usados pelo comandante atleticano como motivador para sua equipe.

Conhecendo as artimanhas de Lopes, os são-paulinos estão cautelosos. Todos evitam qualquer declaração que possa gerar polêmica ou soar provocativa aos rivais. De acordo com a assessoria de imprensa do clube, a atitude partiu dos próprios atletas, muitos deles que já trabalharam com Lopes, e da comissão técnica do clube.

– Esse tipo de artifício é muito antigo no futebol. Não estão pegando o que falamos, estão distorcendo tudo. Tem gente inventando notícia. Para cima de mim, não – afirmou o técnico são-paulino Paulo Autuori.

Até mesmo para o auxiliar técnico Milton Cruz esse tipo de artifício fora de campo não atrapalha. Muito pelo contrário.

– Estamos fazendo nossa parte e jogando com o regulamento. Qualquer coisa que tentarem fora de campo só vai nos motivar. Nosso ônibus foi apedrejado na Argentina e jogamos ainda com mais raiva para ganhar o jogo. Não vão ser essas provocações que vão nos atrapalhar. O time está vacinado quanto a isso – diz.

Para o goleiro Rogério Ceni, não são necessários artifícios extra-campo e provocações para empolgar a equipe nessa final.

– Só o fato de jogar uma partida importante como essa já é motivação suficiente. Nem estou sabendo se estão usando qualquer coisa dessas lá no Atlético. Nem penso nisso – afirmou.

A diretoria do Atlético-PR voltou atrás e decidiu aceitar a oferta de ingressos feita pelo São Paulo para a final da Libertadores. No total, os paranaenses terão direito a 2,8 mil bilhetes para as cadeiras inferiores amarelas do Morumbi. Inicialmente, a diretoria do São Paulo havia oferecido 2 mil ingressos, mas o rival achou pouco e recusou. Os paulistas aumentaram a cota em 40%, e os atleticanos concordaram em comprá-los. As vendas para a torcida já começaram, na Arena da Baixada, em Curitiba.

As informações são da Agência Placar.