| 08/07/2005 15h18min
Centenas de trabalhadores da City, coração financeiro de Londres, encontraram hoje um bairro semidesértico e cercado pela polícia, que os impedia de chegar a seus escritórios. Um dia após os atentados contra Londres, vários helicópteros sobrevoavam os arranha-céu, enquanto dezenas de agentes vigiavam os edifícios e orientavam os executivos desconcertados, que topavam com ruas fechadas e edifícios vazios.
Apesar das autoridades terem aconselhado que os moradores de Londres ficassem em casa hoje, muitos estavam resolvidos a continuar com sua vida normal e a não deixar acovardar-se pelos terroristas, apesar da tragédia que ontem matou mais de 50 pessoas e deixou outras 700 feridas.
A City foi o alvo de um dos quatro atentados contra a rede de transporte público de Londres. A explosão entre as estações de Liverpool Street e Aldgate matou ao menos sete pessoas. A normalidade - não isenta de certa tensão - tentava se instalar na descomunal estação de Liverpool Street, onde convergem quatro linhas de metrô, vários serviços ferroviários e o trem rápido que conecta com o aeroporto de Stansted, ao norte da cidade.
Apesar da maioria do comércio estar aberto dentro da estação e haver alguns turistas, os acessos ao metrô estavam quase desertos. Vários policiais controlavam cada um dos poucos passageiros, enquanto pediam, através dos alto-falantes da estação, que as pessoas mantivessem seus pertences junto a si, para não levantar suspeitas.
A câmera fotográfica de um jovem chamou a atenção de nada menos que cinco polícias, que se aproximaram dele e o obrigaram a abandonar a estação.
Alguns metros abaixo, os trens passavam com certa freqüência. Nos vagões, pessoas que tinham reunido coragem suficiente para embarcar mantinham um silêncio sepulcral, sem levantar o olhar dos jornais que relatavam o terror vivido naquele mesmo lugar, um dia antes.
– Medo? Vivi o terror em Aldgate. Houve caos, fumaça e demorei uma eternidade para chegar ao escritório. Hoje saí pela estação seguinte. É preciso seguir adiante – dizia um empresário.
Fora, na rua, não era possível ver o mar de executivos vestidos de terno e gravata, e típicos na hora do rush, mas algumas centenas caminhavam pela City,
Vários edifícios próximos a Aldgate, como o Standon House e o Mansell House, que abrigam várias empresas, estavam completamente vazios e cercados. Para alguns veteranos da City, os atentados de ontem não foram nada de novo: o coração financeiro de Londres já foi alvo de vários ataques terroristas nos anos 80 e 90; na época, realizados pelo Exército Republicano Irlandês (IRA).
As informações são da agência EFE .
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