| 07/07/2005 20h18min
Os britânicos reagiram aos atentados terroristas de hoje em Londres com ponderação e sangue frio, dispostos a não deixar "que um pequeno grupo de indesejáveis" interrompa sua vida diária.
Nas últimas horas de um dia sangrento, no qual morreram pelo menos 37 pessoas e outras 700 ficaram feridas, Simon Fowles, de 26 anos, explicava à agência de notícias EFE que "esta noite veria a partida de críquete (esporte muito popular na Inglaterra) tal e como havia previsto".
– Os terroristas querem alterar nossas vidas promovendo medo, e isso nós, os londrinos, não vamos permitir – declarou o jovem, residente no distrito de Islington, na região norte da capital.
Apesar de ainda ser possível ouvir as sirenes de algumas ambulâncias nesta região nas primeiras horas de sexta-feira, a normalidade reinava nas ruas, e os pequenos comércios que ficaram abertos até tarde continuavam vendendo móveis e utensílios.
– Assim somos os britânicos: aqui não ocorreram e nem ocorrerão cenas de pânico. É o que chamamos em francês de "sang froid" (sangue frio) – disse Fowles.
No entanto, segundo Oliver Potts, "o pânico não se instalou entre a população porque ainda não nos demos conta da magnitude dos atentados". Os meios de comunicação, segundo esse londrino, influenciaram muito na tranqüilidade com a qual a sociedade reagiu ao ocorrido: "mostraram ações, e não imagens sangrentas". A confiança nas autoridades policiais e nos serviços de emergência é "muito grande", e isso ajuda a controlar "a angústia", concluiu Potts.
Outra moradora do bairro, Louise Tufnell, que trabalha em um dos lugares atingidos pelos atentados, contou que na manhã de quinta-feira não pôde "chegar ao escritório", mas que isso não lhe impediu de trabalhar, embora o fizesse de casa.
– Sentia culpa por não poder estar com minha equipe trabalhando. O que passou não é uma desculpa para tirar o dia de folga – admitiu a jovem, de 25 anos.
Tufnell declarou que vários funcionários da empresa não puderam voltar para casa, e que por isso ia abrigá-los esta noite na própria residência.
– Amanhã iremos todos trabalhar, embora tenhamos que ir andando – finalizou.
As informações são da agência EFE.
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