| 06/07/2005 16h46min
O clima na cidade escocesa de Gleneagles é de dúvida. A reunião do Grupo dos Oito (G-8), que se realiza a partir desta quarta, dia 6, nesta cidade, busca soluções para questões como a pobreza da África e o aquecimento do planeta, ponto mais polêmico da discussão.
ONGs como a Amigos da Terra e o Movimento para o Desenvolvimento Mundial estão céticas a respeito das soluções que serão adotas pelo G-8, já que por várias vezes os compromissos anunciados em reuniões anteriores não foram cumpridos.
Como exemplo, o descumprimento do pedido para que os países ricos doem 0,7% de seu Produto Interno Bruto (PIB). Estados Unidos, o país mais rico do mundo, é o menos generoso, com menos de 0,20% doado, quando no G7 a média era 0,21%, em 2004.
O cancelamento da dívida externa dos países pobres avançou pouco. Os países ricos levarão em conta, além das necessidades em educação e saúde das nações reclamantes, o cumprimento da cartilha do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BIRD) que tem entre as demandas a privatização de serviços públicos e a criação de condições favoráveis à abertura do mercado interno local.
Os europeus se comprometeram a dobrar sua ajuda à África. Afirmando, em contra-argumento, que a ajuda internacional não servirá de nada se não for acompanhada de uma profunda reforma das instituições, e de luta contra corrupção e a fuga de capitais para paraísos fiscais.
Apesar do problema africano, o meio ambiente é o assunto mais polêmico da cúpula, por causa da forte posição contrária ao assunto adotada pelo presidente dos EUA, George W. Bush, que foi muito criticado hoje em Gleneagles por organizações ecologistas.
As organizações lembraram que, com 13% da população do planeta, os países do G-8 são responsáveis por 65% das emissões de dióxido de carbono no mundo.
Os EUA são o maior contaminante do planeta. Tendo 4% da população mundial, o país emite 25% dos gases que contribuem para o efeito estufa, tendo aumentado as emissões em mais de 18% entre 1990 e 2004.
Além disso, o presidente americano afirmou que não admitirá que no comunicado final de Gleneagles haja referências a limites para emissões de gases poluentes. Bush não acredita que o fenômeno seja causado apenas pela ação humana.
As informações são da agência EFE.
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