| 05/07/2005 18h33min
O líder do PMDB na Câmara dos Deputados, José Borba (PR), disse em uma nota nesta terça, dia 5, que o publicitário Marcos Valério de Souza "fazia parte do grupo do PT que exercia efetiva influência político-administrativa junto ao governo federal".
– O que discuti com dirigentes do PT e o sr. Marcos Valério é o que as lideranças partidárias discutem hoje e sempre discutiram em todos os governos, a nomeação de seus partidários para cargos na administração – afirmou o líder do PMDB na nota divulgada com o objetivo de negar que tenha rebecido ajuda financeira de Valério.
Marcos Valério é apontado como um dos operadores do suposto esquema de pagamentos pelo PT de deputados do PP e do PL em troca da apoio em votações no Congresso. Na noite de domingo, Fernanda Karina Somaggio, ex-secretária de Marcos Valério, disse que Borba tinha encontros regulares com o publicitário.
Ainda pela nota, o deputado ressaltou que não era líder do PMDB em dezembro de 2003, quando os supostos pagamentos teriam acontecido. Borba admitiu ainda que "é possível" que tenha estado na agência do Banco Rural neste período, mas alegou que era para fazer pagamentos, transações bancárias particulares, realizar exames de laboratórios ou "visitar escritório de pessoa da minha relação de amizade".
Borba ressaltou que "um dos poucos sucessos nas tratativas" com o PT foi justamente para a presidência dos Correios, com a indicação de João Henrique e Almeida Sousa, sob a influência do presidente nacional do PMDB, deputado Michel Temer (PMDB). Em maio, gravações mostraram o ex-chefe de departamento de compras da estatal Maurício Marinho recebendo propina, o que deu início à mais grave crise política pela qual passa o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Borba defendeu também seus aliados no PMDB.
– Sempre exerci a liderança do PMDB com a preocupação de corresponder a confiança depositada por meus bravos e leais companheiros, apesar da discordância de parte da bancada, representados por quem eu e os fatos não arriscaríamos colocar ‘a ponta dos dedos no fogo’– afirmou o deputado, referindo-se a comentário semelhante feito por Temer sobre ele.
As informações são da agência Reuters.
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