| 01/07/2005 19h00min
Entrou em vigor nesta sexta, dia 1º de julho, a Instrução Normativa 51 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que estabelece novas regras para a produção de leite. A medida obriga produtores e indústrias de beneficiamento a submeter mensalmente seus produtos a análises laboratoriais. A produção leiteira do Rio Grande do Sul será examinada pela Universidade de Passo Fundo (UPF), uma das sete unidades do país habilitadas a fazer esse trabalho.
Uma vez por mês o produtor irá ceder uma amostra do produto a ser analisada pelo Serviço de Análises de Rebanhos Leiteiros (Sarle) da UPF. As análises serão capazes de revelar informações objetivas sobre a qualidade do leite de cada produtor. Caso seja constatado um alto nível de contaminação por bactérias, presença de antibiótico, pesticida e outras impurezas, o produto não poderá ser comercializado.
– Após ordenhar as vacas o produtor terá, no máximo, três horas para resfriar o leite até 7 graus Celsius, pelo método de imersão, ou seja, colocando o tarro dentro d’água. Se a resfriação for feita a granel, a temperatura terá que chegar a 4 graus Celsius – explica o assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar de Ijuí, Pedro Urubatan Costa.
Costa salienta que tão importante quanto o resfriamento é a higiene e a saúde do animal.
– O resfriamento não melhora a qualidade. Se o leite que sair da vaca for ruim, não será o resfriador que irá reverter esse diagnóstico.
A Emater/RS-Ascar tem feito reuniões com os agricultores para resolver as dúvidas sobre as novas regras do ministério da Agricultura e para enfatizar procedimentos de higiene no uso de equipamentos e no ambiente onde será feita a ordenha, além dos cuidados com a sanidade dos animais.
– Estamos recebendo orientações da Emater/RS-Ascar sobre essas mudanças. Agora o produtor vai ter que caprichar ainda mais. Acho que isso vai melhorar a qualidade do leite – opinou o presidente da Cooperativa dos Pequenos Produtores de Leite de Linha Gramado Ltda (Copeq), de Panambi.
A opinião da Cooperativa Regional Tritícola Serrana Ltda (Cotrijuí), não é diferente. Contudo, frisa o diretor técnico Jair Mello, a normativa 51 atinge uma parcela de produtores que correm risco de exclusão por não ter dinheiro para comprar resfriadores.
– Na nossa opinião, é importante que o governo ofereça linhas de crédito, com prazos e juros mais compatíveis com a realidade desses produtores. Mas estamos confiantes de que o governo adotará uma postura mais educativa do que punitiva no trato dessa questão.
Mello também acredita que as novas regras darão ao Brasil condições de exportar para o exigente mercado internacional.
– Esses procedimentos atestam que o nosso produto tem qualidade semelhante a dos países desenvolvidos – disse ele, se referindo a países que há mais de 20 anos vêm adotando medidas semelhantes às descritas na Instrução Normativa 51.
As informações
são da Emater/RS.
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