| 02/06/2005 11h47min
Os trabalhadores rurais que participam do Grito da Terra 2005 esperam ser recebidos nesta quinta, dia 2, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir as questões centrais da categoria. A informação foi dada pelo presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais na Agricultura (Contag), Manoel dos Santos, nessa quarta, dia 1º, ao deixar o encontro que teve com o presidente da Câmara, deputado Severino Cavalcanti (PP-PE).
– Estamos aguardando o momento em que sentaremos com o presidente Lula e com a equipe econômica para tratar dos pontos centrais da pauta de reivindicações. Porque da periferia já tratamos nos diversos ministérios –
disse. Santos considerou positivo o balanço do primeiro dia do movimento.
Segundo Manoel dos Santos, os trabalhadores rurais vão centrar agora as discussões em temas que dependem de decisão política e de recursos. Esse é o caso do aumento do volume de recursos para o plano safra 2005/2006 e para a assistência técnica, que a categoria considera "um grande problema". Santos disse também que os trabalhadores querem mais recursos para fazer avançar o processo da reforma agrária, garantia do cumprimento das metas estabelecidas pelo próprio governo e maior fiscalização nas fronteiras agrícolas.
No encontro desta quarta os representantes Contag pediram apoio de Severino Cavalcanti para a votação de uma série de matérias de interesse da categoria. Cavalcanti prometeu que tão logo a pauta da Câmara esteja desobstruída, as matérias irão a votação.
Manoel dos Santos considerou positivas as reuniões dessa quarta com o presidente da Câmara e com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
– Foram recepções calorosas. Eles não se colocaram contra nenhuma das nossas propostas. Precisamos continuar a mobilização, porque entre a recepção, a mobilização e a aprovação dos projetos, sabemos que são outros 500 – reconheceu.
Os representantes da Contag pediram apoio aos parlamentares para votação e aprovação dos projetos de suplementação orçamentária para a Reforma Agrária, que deverá ser encaminhado ao Congresso neste mês. Para eles, isso "constitucionaliza" a política para a agricultura familiar, que pela proposta deixará de ser de governo para ser definida em lei.
Para os representantes da Contag, a medida garantirá a permanência dos trabalhadores rurais no regime geral da Previdência a partir de 2007. Eles também querem agilização da votação da emenda constitucional que trata da expropriação das terras onde for encontrado trabalho escravo e do projeto que regulamenta o que é trabalho escravo e define as penalidades.
Manoel dos Santos reconheceu que não será fácil a aprovação das matérias que tratam do trabalho escravo.
– Temos hoje uma queda de braços entre as forças políticas que defendem que não existe trabalho escravo no setor empresarial rural e aqueles que comprovam a existência do trabalho escravo – disse, acrescentando que não é uma matéria
simples.
Severino Cavalcanti garantiu aos trabalhadores rurais que na Câmara não tem ninguém que queira o trabalho escravo.
– Eu não conheço ninguém aqui – afirmou.
As informações são da Agência Brasil.
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