| 12/05/2005 07h56min
Desta vez, a temporada de compras foi curta. Em apenas uma semana, a empresa jordaniana Angus Trade adquiriu cerca de 10 mil cabeças de gado, que, até o final do mês, serão embarcadas vivas ao Líbano. Esta é segunda vez que, em menos de dois meses, o Rio Grande do Sul exporta gado em pé para o Oriente Médio. No início de março, a Angus Trade – à época sob a razão social Live Stock International – embarcou 9 mil bois em um navio-boiadeiro rumo ao Líbano.
As vendas aqueceram o mercado pecuário gaúcho, e a negociação anterior movimentou US$ 4 milhões. Os jordanianos estão pagando R$ 1,56 pelo quilo vivo e reembolsam as despesas com frete. Segundo o corretor pecuário Antônio Carlos Gonçalves, um dos principais articuladores do negócio, o valor médio pago pelo mercado gaúcho é de R$ 1,40.
– Estamos vendendo cerca de mil animais a mais, o que pode totalizar uma movimentação de US$ 4,5 milhões – diz Gonçalves.
Este tipo de negociação, porém, está sendo criticada pelo Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs). Segundo nota da entidade, a exportação de gado vivo poderá resultar em falta de matéria-prima para o abate e ainda o fechamento de unidades de abate no Estado. Por este motivo, o Sicadergs reúne-se hoje com o governador Germano Rigotto e o secretário da Agricultura, Odacir Klein, em Porto Alegre.
Para fechar o segundo carregamento, a Angus Trade distribuiu uma planilha aos corretores com as condições do rebanho a ser comprado. Os jordanianos exigiram terneiros com peso acima dos 150 quilos e de raças como abeerden, devon, hereford e braford.
As cerca de 10 mil cabeças negociadas, das quais 600 já estão nos bretes do Sindicato Rural de Pelotas, serão embarcadas no porto de Rio Grande provavelmente no próximo dia 20. A viagem ao Líbano deve levar 20 dias.
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