A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o preço do leite praticado em Santa Catarina ouviu nesta segunda-feira o depoimento do presidente do Sindicato das Indústrias de Lácteos (Sindilat), Frederico Dürr. Ele afirmou que em agosto as empresas tiveram prejuízo na venda de leite longa-vida. Conforme os dados, o déficit por unidade foi de 7,53% na relação entre o custo de beneficiamento do produto (R$ 0,82 por caixinha) e o valor final recebido dos supermercados (R$ 0,76). Por mais de três horas, os deputados questionaram os motivos da diferença entre o mínimo pago pelas empresas aos produtores (R$ 0,21 o litro) e o cobrado nos supermercados (em torno de R$ 0,90 o litro longa vida). Dürr garantiu que a margem das empresas não é responsável pelo aviltamento e refutou as denúncias de dumping e cartelização levantadas pelos produtores. O relator da CPI, Giovani Cherini (PDT), não ficou satisfeito com as informações prestadas. O parlamentar que convocar novamente o dirigente, para explicar a venda da Cooperativa Central Gaúcha de Leite (CCGL). A empresa foi vendida em 1997, quando Dürr era o presidente, e, segundo Cherini, o negócio marcou o início da monopolização do setor leiteiro gaúcho.