| 05/05/2005 16h51min
O ciclo do técnico argentino Daniel Passarella no comando do Corinthians parece estar mesmo próximo do fim. Nesta quinta, dia 5, em entrevista a uma rádio de São Paulo, o vice-presidente de futebol do timão, Andres Sanchez, admitiu sua irritação em relação a algumas atitudes do técnico, cuja situação no clube é cada vez mais complicada.
– Não vamos analisar o jogo contra o Figueirense, apesar de alguns erros cometidos. Vamos analisar os últimos dez dias, nos quais o Passarella tomou algumas atitudes que não concordamos – afirmou o cartola.
Andres Sanchez confirmou que o futuro do treinador será discutido com o presidente do Corinthians, Alberto Dualib, o chefão da MSI, Kia Joorabchian, e o gerente do fundo, Paulo Angioni.
– É feita uma discussão, e os melhores argumentos vencem. Mas sempre há um acordo – diz Sanchez
Descontente com Passarella, o dirigente garantiu que, em uma decisão sobre eventual troca de técnico, ele e Angioni têm mais poder de decisão do que o próprio Kia.
– Numa decisão para a escolha de treinador, prevalece muito mais a minha opinião e a do Paulo do que a do Kia – afirmou.
A decisão de técnico argentino de afastar do elenco o goleiro Fábio Costa também foi motivo de críticas de Andres Sanchez.
– Você não pode, depois de dois meses de trabalho, dizer que o Fábio Costa não tem o perfil para o Corinthians. Todo mundo no clube, do elenco à diretoria, foi pego de surpresa com a decisão do afastamento do jogador. Jamais a diretoria tomaria uma decisão dessa. Absorvemos o golpe, mas não concordamos – disse.
A ausência do meia Roger na escalação inicial do Corinthians contra o Figueirense também desagradou Sanchez.
– O Roger é um jogador consagrado e, de repente, é sacado do time. É claro que o emocional dele é afetado – opinou o cartola, falando sobre o pênalti desperdiçado pelo atleta.
– É difícil falar isso publicamente, mas algumas atitudes do Passarella, de dez dias para cá, me deixaram descontente mesmo.
Por fim, até a afirmação do treinador de que o volante Javier Mascherano, do River Plate, não interessava ao timão, foi criticada pelo vice de futebol.
– Ninguém, em sã consciência, pode não querer um jogador como o Mascherano – afirmou.
Os jogadores corintianos também não escaparam das críticas do dirigente.
– Todos os atletas têm consciência de que deixaram muito a desejar. Mas é como eu sempre digo: fazer um time com dinheiro é fácil. O difícil é fazer com que as peças se encaixem. Isso demora tempo – completou.
Com informações da Gazeta Press.
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