| 13/04/2005 09h26min
O vírus de uma gripe mortal, enviado para vários laboratórios do mundo como parte de um kit rotineiro de testes, pode detonar uma pandemia se escapar, alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS) na quarta, dia 13. O Brasil está na lista de países que receberam amostras. O Ministério da Saúde do país deverá acompanhar a destruição do vírus nos laboratórios.
Klaus Stohr, cientista da OMS, afirmou que o vírus, responsável por matar entre um milhão e quatro milhões de pessoas em 1957, foi mandado para 3,7 mil laboratórios, quase todos nos EUA.
– O vírus pode provocar um surto mundial de gripe. Não foi uma decisão razoável enviá-lo para tantos lugares – disse Stohr, que chefia o programa de gripe da entidade.
Mas os laboratórios, que recebem vírus para testar sua capacidade de descobrir novas variedades deles, estão acostumados a lidar com material do tipo e a maior parte deles já havia sido avisada sobre o perigo. Segundo Stohr, havia chances pequenas de alguém ser contaminado.
– É um risco, mas o consideramos baixo. Isso não deve provocar muito pânico – afirmou.
O grupo norte-americano que enviou o vírus, o College of American Pathologists (CAP), divulgou instruções para que todas as amostras sejam destruídas e prometeu notificar a OMS e as autoridades dos EUA na sexta sobre o desdobramento dos fatos, disse o especialista.
– Até sexta, teremos superado isso – acrescentou.
O alerta mais recente aparece no momento em que a OMS já se mobiliza devido à gripe aviária na Ásia, a qual, se não for detida, pode acabar provocando uma pandemia humana. O vírus de 1957 não foi usado em vacinas contra a gripe desde 1968, o que significa que as pessoas nascidas depois dessa data não teriam defesas contra ele.
O organismo foi enviado para 61 laboratórios fora da América do Norte, todos contatados, de acordo com Stohr. Mas não se sabe ainda se todos as amostras presentes nos EUA já foram encontradas. A OMS recebeu um alerta em 26 de março da Agência Canadense de Saúde Pública sobre o fato de que o vírus, conhecido como H2N2, havia sido distribuído em kits recebidos por laboratórios do Canadá. Não se sabe por que o grupo norte-americano responsável pela distribuição dos kits escolheu um vírus tão perigoso.
As informações são da agência Reuters.
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