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 | 12/04/2005 23h48min

Lula visita Gana e assina acordos bilaterais

Presidente brasileiro disse que fazia visita como um irmão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta terça, 12, a ida a Gana, na África, como uma visita de um irmão. Antes dos encontros com o presidente John Kufour e das reuniões em paralelo dos ministros dos dois países, Lula saudou as autoridades destacando como parte da herança africana a feijoada, a alegria e o samba.

A visita, com menos de 24 horas de duração, ocorre num momento de intensificação da cooperação e do intercâmbio econômico-comercial entre os dois países. Desde 2003, Gana é o quarto importador de produtos brasileiros na África subsaariana, atrás de África do Sul, Nigéria e Angola. O comércio bilateral cresceu 600% em dois anos, passando de cerca de US$ 30 milhões, em 2002, para cerca de US$ 170 milhões em 2004.

Para impulsionar os negócios entre os dois paises, foi assinado na tarde desta terça acordo bilateral para estabelecimento de linhas aéreas entre Brasil e Gana. Também foi assinado acordo sobre consultas políticas.

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, informou que foi concluido, no Brasil, acordo que prevê transferencia de recursos para restauração da Brazil House, em Acra. A residência, construída no início do século XIX pela comunidade dos Tabom, que reúne famílias de descendentes de escravos brasileiro-ganenses retornados à África, é considerada importante símbolo dos laços históricos e culturais que unem o Brasil à África. Segundo o Itamaraty, o projeto de restauração tem custo estimado de US$ 200 mil, e será financiado conjuntamente pelos governos do Brasil e de Gana, com a contribuição da empresa Tintas Coral.

No final da tarde, o presidente foi homenageado pelos Tabom em uma cerimônia festiva que durou quase duas horas. A recepção, chamada de Durbar, simboliza o afeto, o respeito e a admiração do clã ao homenageado.

Ao som de atabaques e diante de danças tipicas, Lula e o rei dos Tabom, Nii Azuma 5º, trocaram presentes e saudações. Lula ofereceu ao rei um trono feito por encomenda em Gana, com a bandeira brasileira na parte traseira do encosto. E ganhou três presentes que simbolizam a passagem à condição de chefe da nação Tabom: uma bata denomina batakari (que lembrava a camisa dos jogadores do time paulista do Corinthians), o kenté (traje típico africano multicolorido) e sandálias.

Nesta quinta, Lula inaugurará a Câmara de Comércio Brasil-Gana e seguirá para Guiné-Bissau.

A viagem de Lula à África

 

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