| 03/04/2005 18h28min
O presidente cubano, Fidel Castro, enviou ao Vaticano suas condolências pela morte do papa João Paulo II depois de decretar três dias de luto oficial no país. "A humanidade vai manter lembranças emocionadas do trabalho incançável pela paz, justiça e solidaridade entre todos os povos de Sua Santidade João Paulo II" afirmou Castro na carta que foi publicada pela imprensa oficial de Cuba no domingo.
O presidente cubano lembrou da visita do papa a Cuba em 1998, a qual "ficará gravada na memória de nossa nação como um momento transcendente nas relações entre o Vaticano e a República de Cuba". O papa João Paulo II foi o único pontífice a visitar o país caribenho, que após a revolução de Castro em 1959 tornou-se um Estado ateísta até 1992. A visita trouxe mais liberdade religiosa, apesar de não ter aberto o último país marxista do Ocidente.
Os sinos de igrejas tocavam a cada meia hora em Cuba e bandeiras foram hasteadas a meio pau. O cardeal Jaime Ortega celebrou uma missa na histórica Catedral de Havana, a mais antiga da América Latina.
– O papa tocou a humanidade assim como Jesus Cristo o fez – afirmou o cardeal.
Castro suspendeu as festas da Juventude Comunista e as finais da liga nacional de beisebol até terça, dia 5, o fim do período de luto. Representantes da pequena e fragmentada oposição do governo cubano afirmaram que a visita do pontífice inspirou uma mudança pacífica.
– O papa plantou as sementes da esperança em Cuba e elas darão fruto um dia – disse Oscar Espinosa Chepe, um economista dissidente que foi libertado da prisão no ano passado.
O ateísmo foi derrubado oficialmente em 1992 no país, quando Cuba mergulhou em uma crise e num isolamento que se seguiram ao colapso da União Soviética. Cuba voltou a comemorar o feriado do Natal somente em 1997, um mês antes da visita do papa.
As informações são da agência Reuters.
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