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 | 29/03/2005 19h36min

Volto com menos favoritismo, diz Guga

Tenista realizou último treino antes do embarque à Espanha

O tenista Gustavo Kuerten realizou nesta terça, dia 29, seu último treino antes do embarque para o torneio de Valência, na Espanha. Após quase sete meses longe do circuito mundial de tênis – em virtude de uma segunda cirurgia realizada no quadril direito, em setembro do ano passado – Guga deve estrear no saibro espanhol a partir do dia 4 de abril.

Sem criar muitas expectativas, mas já com o espírito competitivo, o catarinense concedeu entrevista à imprensa em um hotel de Florianópolis. O tenista afirmou que não vê a hora de voltar a jogar:

– A minha motivação em quadra está muito grande. Sempre fui um cara altamente competitivo, isso continua no meu sangue e fiz a cirurgia para buscar ser tão competitivo quanto era antigamente, só que agora vou passar for uma fase de adaptação de novo ao circuito. Volto com menos favoritismo, sem expectativas, preparado para construir o caminho, mas comendo pelas beiradas. Se os caras derem uma brecha, vou tentar ganhar deles.

– Quem me vê treinando assim forte por duas horas na quadra acha que eu estou em ponto de bala, que nem fiz cirurgia nada, mas tem muitos detalhes ainda para evoluir, especialmente a parte da resistência e do jogo em si. A musculatura ainda está um pouco frágil, incomoda de vez em quando, mas nunca parei de subir e tomara que eu siga assim – completou Guga.

Avaliado há duas semanas em São Paulo pelo médico que o operou nos Estados Unidos, Marc Philippon, Guga disse que recebeu a aprovação que esperava para voltar tranquilo ao circuito.

– Ele me avaliou bem e falou que estou liberado para competir. Avisou que durante uns dois ou três meses ainda vou sentir um incômodo, mas que é uma coisa que eu tenho que passar e que só vai passar jogando.

Outra adaptação que Guga terá que fazer é a de viajar sem um treinador. O tenista e o técnico Larri Passos encerraram, recentemente, uma parceria de 15 anos.

– Vai ser uma experiência nova pra mim. Vou sentir a falta dele com certeza, especialmente ali na quadra, mas aos poucos vou me acostumando. A nossa relação foi diferente de qualquer outro cara do circuito. Ele me pegou juvenil e fez com quem me tornasse um jogador competitivo, até chegar a número um do mundo. Foi um trabalho desde o princípio até a perfeição. Sem ele não teria conquistado todo esse sucesso na minha carreira, mas agora optei por viajar sozinho, por me senti capaz de tomar mais decisões e espero que venha a dar certo.

Depois do torneio de Valência, o catarinense disputa os Masters Series de Monte Carlo, Roma, Hamburgo e o Grand Slam de Roland Garros.

– Nunca joguei em Valência e estou procurando disputar os torneios que conheço mais e que mais gosto. Optei pela Espanha para poder jogar um torneio antes de Monte Carlo, para adaptar ao dia-a-dia do torneio, àquela rotina de pressão ansiedade, para me orientar no circuito e estar lá como se fosse uma coisa normal que não está sendo, pois faz sete meses que eu não faço isso. Mas para mim mesmo o principal torneio é Roland Garros é o torneio que tenho maior expectativa e que me motiva. Sei que não vou conseguir chegar tão bem quanto os outros caras, mas vou tentar chegar na melhor forma possível.

Guga também disse que irá defender o Brasil na Copa Davis, em julho, contra as Antilhas Holandesas:

– Se eu for convocado – brincou.

– Desde que a nova admnistração assumiu, me coloquei à disposição da equipe e estamos acreditando bastante que as coisas vão dar certo. Vamos continuar cobrando da mesma maneira do que da antiga administração, esperando o desenvolvimento do tênis brasileiro, mas vejo o pessoal trabalhando, buscando recursos para a CBT e principalmente, como grande diferencial, muitos ex-tenistas envolvidos na coordenação técnica – finalizou Guga.

 

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