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 | 18/03/2005 12h33min

Agricultores gaúchos pressionam por mais medidas contra a seca

Produtores sem seguro agrícola querem solução para dívidas

Críticas aos governos estadual e federal e aos deputados federais marcaram nesta quinta, dia 17, o protesto de agricultores atingidos pela seca em Santa Rosa, no noroeste do Rio Grande do Sul. Milhares de pequenos produtores de municípios vizinhos ligados à Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag) se reuniram no centro de Santa Rosa reivindicando medidas para diminuir os prejuízos com a estiagem.

O comércio local e das cidades de Tuparendi e Porto Mauá fechou em solidariedade aos produtores. Pela manhã, em Tuparendi, antes de se deslocarem para Santa Rosa, distante 15 quilômetros, os produtores ironizaram o aumento da verba de gabinete dos deputados.

Vestidos com terno e gravata, agricultores simulando serem políticos subiram em carroças e foram puxados pelos manifestantes. Depois, foram obrigados a carregar os produtores.

– As medidas anunciadas pelo governo são paliativas. Prorrogar dívidas é prorrogar a morte do agricultor – indignou-se o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Tuparendi e Porto Mauá, Itálico Cielo.

Conforme o dirigente, os produtores exigem uma espécie de seguro-desemprego para quem teve perdas na lavoura: seis meses de salário mínimo. Do governo do Estado, eles reivindicam a isenção do pagamento do programa troca-troca de semente de milho e que sejam liberadas sementes de forrageira para as pastagens.

– Estão dizendo que o Lula foi o primeiro presidente a vir para conhecer o nosso problema. Mas para nós não resolve nada só ver o problema – critica o sindicalista.

Em Santa Rosa, os manifestantes se concentraram nas praças da Bandeira e da Matriz. O protesto se encerrou com bênção de padres e pastores, às 16h30min.

De acordo com o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro, a entidade reivindica um bônus ao produtor que não pôde fazer seguro equivalente ao valor que perdeu. Segundo Pinheiro, 150 mil famílias não foram incluídas no seguro da agricultura familiar.

– Ninguém vai pagar banco ou negociar dívida à força até que o governo negocie com a gente – diz Pinheiro.

SILVANA DE CASTRO/AGÊNCIA RBS
 

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