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 | 17/03/2005 19h06min

Trabalhadores protestam contra 4,4 mil demissões

Fábricas projetam queda nas vendas com estiagem

Os trabalhadores das maiores fábricas de tratores e colheitadeiras de São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná e Goiás cruzaram os braços na manhã desta quinta, dia 17. A manifestação faz parte de um Dia Nacional de Luta por Emprego, organizado pelas centrais sindicais Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical e um sindicato independente de Goiás. Segundo os sindicalistas, o trabalho já foi retomado em todas as unidades.

Os sindicatos que representam os trabalhadores reivindicam que as empresas revejam cerca de 4,4 mil demissões realizadas este ano. Esse número é uma estimativa conjunta das centrais sindicais. De acordo com os sindicalistas, as negociações com empresas de Curitiba, no Paraná, e Mogi das Cruzes, em São Paulo, estão avançadas.

O o secretário geral do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Clementino Tomas Vieira, afirmou que a CNH New Holand, empresa que reúne mil funcionários em Curitiba, se comprometeu a não fazer novas demissões até 31 julho. O governador do Estado, Roberto Requião, deverá se reunir com os sindicalistas para discutir uma solução para o setor.

O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho, avaliou como "boas" as manifestações e defendeu que a negociação envolva empresas, governo e trabalhadores. Na próxima terça, dia 22, está programada na capital paulista uma reunião para avaliar e definir os novos passos do movimento contra as demissões.

As indústrias justificam as demissões em razão da expectativa de redução nas vendas de máquinas como conseqüência da seca, que prejudica principalmente os agricultores do sul do Brasil. Os empresários apontam ainda a alta nos custos do aço, que segundo eles encarecerá tratores e colheitadeiras e dificultará a venda.

Um dos maiores fabricantes do país, a AGCO do Brasil, responsável pela marca Massey Ferguson no país, demitiu 500 funcionários este ano na unidade de Santa Rosa (RS). Em texto divulgado à imprensa a empresa diz esperar uma queda de 35% nas vendas de colheitadeiras este ano. No texto a AGCO também diz que "para evitar novas demissões, a empresa avalia a possibilidade de férias coletivas, além da possibilidade de negociar com o sindicato da categoria a redução da jornada (de trabalho)".

As informações são da Agência Brasil.

 

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