| 10/03/2005 15h14min
Entre o clima de aflição e incerteza que ronda a maioria dos 84 hectares do parque da Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque, no Rio Grande do Sul, existem alguns metros quadrados onde a crise parece não ter chegado com tanta força. O setor de irrigação tem fechado bons negócios na feira, muitos alavancados pela estiagem que, ao mesmo tempo, causa apreensão.
– Temos dois cenários na Expodireto deste ano. Em um, o setor de máquinas e implementos agrícolas amarga perdas com a seca. Do outro, as empresas que trabalham com irrigação assistem a um aumento pela procura – avalia Nilson Schemmer, executivo corporativo do Grupo Focking, de Panambi.
Um passeio pela área do parque onde estão os expositores desse setor comprova a avaliação do executivo. Os vendedores das empresas especializadas atendem a dezenas de clientes atrás de detalhes de sistemas que prometem reduzir prejuízos com a estiagem. A procura por informações não reflete-se tanto nas vendas, embora ainda não exista um balanço fechado.
– Muitas transações futuras estão sendo garantidas aqui. É preciso entender que os produtores passam por um período de muita incerteza – acrescenta Schemmer.
Há os que preferem não esperar. O agricultor Edgar Monteiro e seu filho, Edigar Monteiro, de Ijuí, aproveitaram a Expodireto para comprar o quarto pivô de irrigação para a propriedade da família.
– Com essa seca toda, temos de investir em mecanismos seguros, que possam ajudar a diminuir as perdas no campo. Mesmo num período difícil para os produtores, o investimento se justifica – diz Edgar, observando uma miniatura exposta na feira, que demonstra o funcionamento prático do sistema de irrigação.
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