| 04/03/2005 23h10min
A proteção das áreas de fronteira é o principal desafio do governo brasileiro no combate ao tráfico de drogas, segundo relatório do Departamento de Estado norte-americano divulgado nesta sexta, 4, que classifica o Brasil como "um dos mais importantes países de trânsito de drogas ilícitas que têm como destino a Europa e, em menor escala, os Estados Unidos".
No documento, o governo norte-americano elogia a entrada em vigor, no ano passado, da chamada Lei do Abate, que autoriza a Força Aérea Brasileira (FAB) a derrubar aviões civis suspeitos de carregarem bens ilegais, como drogas.
– A Lei de Abate brasileira é outro desenvolvimento crucial que deve reduzir o número de vôos ilegais pela enorme fronteira do país e aumentar a apreensão de bens ilegais, afirmou o documento, intitulado International Narcotics Control Strategy Report e divulgado em site governamental.
O relatório ressalta, no entanto, que desde a entrada em vigor da lei, em outubro de 2004, nenhum abate foi realizado.
– Enquanto o governo brasileiro e a imprensa do país avaliaram que a lei do abate, recentemente posta em vigor, teve um efeito importante nos vôos clandestinos, ainda é muito cedo para dizer qual impacto real e duradouro a lei terá no tráfico aéreo ilegal de drogas.
O Departamento de Estado norte-americano afirma ainda que as relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos, no que diz respeito ao combate ao tráfico, "nunca estiveram melhor", e elogia acordos que o governo federal tem feito com países vizinhos para proteção das fronteiras. De acordo com o documento, Colômbia, Bolívia e Paraguai são os principais exportadores de narcóticos para o Brasil. Citando dados da Polícia Federal, o relatório aponta que a maconha proveniente do Paraguai e a cocaína boliviana geralmente entram no país pelas áreas de fronteira e têm como alvo o mercado interno, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro.
Já a cocaína que passa pelo espaço aéreo brasileiro, proveniente da Colômbia, tem como principal destino a Europa. O texto afirma ainda, citando a PF como fonte, que menores quantidades de cocaína da Colômbia entram no Brasil pelos rios da região amazônica e que essa droga geralmente atende os consumidores internos.
As informações são da agência Reuters.
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