| 23/02/2005 15h29min
O problema da estiagem no Estado, que vem ocasionando perdas na agricultura e até falta de água para consumo humano, foi tema da reunião extraordinária conjunta das comissões de Economia e Desenvolvimento e Agricultura, Pecuária e Cooperativismo da Assembléia Legislativa, na manhã de quarta, dia 23. Segundo dados da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), os prejuízos já ultrapassam R$ 2,5 bilhões.
De acordo com o presidente da Comissão de Economia, deputado Adroaldo Loureiro (PDT), a partir de informações das entidades e órgãos públicos obtidas no encontro será elaborado um documento solicitando medidas para amenizar a crise provocada pela falta de chuva. Do governo do Estado, salienta Loureiro, serão cobradas ações para agilizar a perfuração de poços artesianos e a instalação de redes. O objetivo da comissão também é obter da União a renegociação das dívidas dos agricultores com as instituições bancárias e liberação de recursos para planejar a safra de
inverno.
Para o diretor da Emater, Dirlei Mattos de Souza, a média de perda na safra de grãos no Estado chega a 44% no milho, 32% no feijão, entre 20% e 25% na soja e no leite, mas em algumas regiões esses números são ainda mais preocupantes.
– As piores situações estão localizadas no Noroeste do Estado, na região do Alto-Uruguai”, afirmou. Representando a Federação das Cooperativas da Agricultura do Estado (Fecoagro), Rui Polidoro Pinto destacou que o setor, além da seca, enfrenta o problema da baixa do dólar e da defasagem no preço das comodities.
Nestor Hein, do Departamento Jurídico da Farsul, pediu agilização dos órgãos na liberação dos projetos de construção de barragens. Segundo ele, o prejuízo de R$ 2,5 milhões pode aumentar na próxima semana, quando a entidade atualizará os dados. Assessor de agricultura da Federação dos Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), João Bogorni lembrou que faltam redes para os últimos 380 poços artesianos
perfurados.
– No ano passado foram destinados R$ 814 mil, destinados para construção de redes. Mas o dinheiro ainda não foi liberado – criticou.
Dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) revelam que 59 mil hectares de lavoura do grão já estão perdidas.
As informações são da Assembléia Legislativa.
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