| 22/02/2005 09h09min
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, defendeu o órgão em artigo no Wall Street Journal desta terça, dia 22, dizendo que ele é "vital para a humanidade". A ONU é atualmente marcada por escândalos que vão desde o programa de petróleo no Iraque até abusos sexuais por tropas de manutenção da paz.
– Servi na ONU minha vida inteira. Fiz, e ainda estou fazendo, tudo o que posso para corrigir suas imperfeições, e para melhorá-la e fortalecê-la – afirmou.
– E acredito profundamente na importância dessa tarefa, porque uma ONU forte é de vital importância para a humanidade – disse.
Annan tratou das acusações de má administração e corrupção no programa petróleo-por-comida do Iraque, já extinto, e admitiu que houve falhas, mas apontou exagero de alguns críticos. Legisladores dos Estados Unidos e uma investigação conduzida por um ex-chairman do Federal Reserve norte-americano, Paul Volcker, descobriram falhas administrativas, falta de auditorias e irregularidades, mas não foram encontrados crimes.
– Algumas das afirmações mais hiperbólicas sobre o programa (petróleo-por-comida) provaram-se falsas – escreveu Annan. – Mesmo assim sou o primeiro a admitir que falhas reais...foram trazidas à luz. Estou determinado, com a ajuda de países-membros, a realizar as reformas administrativas que são claramente exigidas pelas descobertas do senhor Volcker.
Annan também abordou as investigações da ONU sobre as alegações de exploração sexual de mulheres e crianças por soldados de manutenção de paz na República Democrática do Congo.
– Tanto o secretariado da ONU quanto os países-membros foram lentos em perceber a amplitude desse problema, tomar medidas efetivas para acabar com ele e punir os culpados. Mas agora estamos fazendo isso – disse.
Annan disse que a ONU demonstrou sua importância desde a ajuda com os esforços depois do tsunami na Ásia até a guerra do Iraque.
– A guerra no Iraque, dois anos atrás, levou muita gente de todos os lados a perder a fé na ONU – escreveu.
As informações são da agência Reuters.
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