| 18/02/2005 16h22min
Agricultores e indústria constatam que a pior estiagem dos últimos 10 anos afetou em cheio a qualidade do fumo, fator que determina o preço do produto. A falta de chuvas aliada a altas temperaturas fizeram parte das folhas se tornarem esbranquiçadas ou pretas. O tipo de tabaco mais rentável tem coloração laranja.
Levantamento do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) apontou média de perdas de 25% no Vale do Rio Pardo. Os 30,8 mil fumicultores da região não têm seguro específico para cobrir o problema.
– Estimamos que os fumicultores perderam 40% em qualidade. Se não mudarmos o rigor da indústria na classificação do fumo, eles não terão dinheiro para pagar as contas. O índice de inadimplência irá aumentar – diz o coordenador regional do MPA Wilson Rabuske.
O presidente do Sindicato da Indústria do Fumo, Cláudio Henn, destaca que a qualidade está comprometida, mas não existe um consenso entre as fumageiras sobre o assunto. Algumas empresas acreditam que a situação não é tão grave.
No interior de Vera Cruz, a família Ritzel prevê que os 70 mil pés plantados em 5 hectares estão comprometidos. O agricultor José Felipe, 48 anos, diz que esperava ganhar R$ 80 por arroba. Mas afirma que a indústria estaria pagando uma média de R$ 50.
– Devemos R$ 30 mil só em despesas com o fumo. Não iremos comprar nada no comércio da cidade nem trocar de carro como planejamos. A situação está feia na colônia – lamenta José, ao lado da esposa Natália.
As informações são de Zero Hora.
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