| 09/02/2005 20h30min
A União Européia (UE) não vai estabelecer metas para seus países de redução dos gases que provocam o efeito-estufa depois de 2012. Em vez disso, vai tentar atrair os Estados Unidos e outros países em desenvolvimento para a batalha contra o aquecimento global.
Os planos, anunciados pela comissão executiva da UE, atraíram críticas dos ambientalistas, que esperavam que o bloco estabelecesse metas para a redução das emissões após o fim do primeiro período coberto pelo chamado Protocolo de Kyoto. O comissário do Meio Ambiente Stavros Dimas defendeu os planos da comissão, afirmando que o estabelecimento de metas nesse ponto ataria as mãos da UE nas negociações internacionais sobre o clima, pois afastariam os países que não aderiram a Kyoto.
– Em determinado momento, é claro que teremos metas. Achamos que é prematuro utilizá-las agora – disse Dimas numa entrevista coletiva.
O estabelecimento de metas é uma parte importante da política ambiental da UE, como participante do Protocolo de Kyoto, que pretende reduzir, entre 2008 e 2012, as emissões de dióxido de carbono (CO2) a 5,2% abaixo dos níveis de 1990. O tratado entra em vigor no dia 16 de fevereiro. Dimas disse que a UE manterá seu papel de liderança e pressionará por um plano climático pós-2012 que envolva outros grandes poluidores, como Índia, China e Estados Unidos.
– Os compromissos de redução que a UE estará disposta a assumir sob tal regime dependerá do nível e do tipo de participação dos outros grandes emissores – disse um documento da comissão. A declaração irritou o Greenpeace.
– O que a Comissão Européia está dizendo é que eles vão esperar para ver o que os outros países vão fazer. Esta é a maior ameaça à posição da UE até hoje – disse o especialista em clima Mahi Sideridou.
Ele afirmou que o grupo vai esperar a reunião dos líderes da UE nos próximos meses. O executivo da UE disse que vai promover a eficiência do uso da energia e a limitação da poluição da aviação e marítima em sua política futura sobre o tema. O presidente dos EUA, George W. Bush, citou consequências econômicas quando retirou o país do tratado de Kyoto, mas o premiê britânico Tony Blair disse na terça, dia 8, que Washington quer começar a discutir medidas para combater a alteração climática e que pode entrar em um acordo sobre o tema este ano.
As informações são da agência Reuters.
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