| 27/01/2005 13h40min
O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, disse nesta quinta, dia 27, que o país manteria apenas "alguns" suspeitos em prisão domiciliar com base em leis de combate ao terrorismo. Novo pacote divulgado nesta quarta para substituir o anterior, que previa a possibilidade de prender estrangeiros sem julgamento e que acabou condenada pelo Judiciário do país, deixou furiosos grupos de defesa dos direitos humanos.
Conforme o secretário do Interior de Blair, Charles Clarke, um primeiro alvo dessas leis poderiam ser os quatro muçulmanos britânicos que ficaram três anos presos na base militar dos Estados Unidos em Guantánamo sem acusação formal. Segundo defensores dos direitos civis, contudo, as novas medidas, que valem tanto para os britânicos quanto para os estrangeiros, são ainda mais abusivas que o texto anterior recusado pela Justiça britânica.
Blair, em uma entrevista concedida a um canal de TV a partir de Davos, na Suíça, onde participa do Fórum Econômico Mundial, tentou amenizar o impacto da lei.
– Ela não se aplicará a não mais que algumas poucas pessoas. Dou muita atenção às liberdades civis do país. Mas, de outro lado, há uma nova forma de terrorismo global em nosso país, em todos os países da Europa e na maior parte dos países do mundo. Ele provocará morte e destruição em uma escala sem precedentes – disse o premiê.
Natalie Garcia, advogada de dois dos 11 estrangeiros detidos na Grã-Bretanha com base na lei antiga, disse que a nova medida não representava nenhuma melhora.
– Ela impõe uma perda total da liberdade, e a perda total de liberdade sem o devido processo legal é exatamente o que a Justiça considerou ser errado.
As informações são da agência Reuters.
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