O meia Jorge Wagner ficará de fora dos primeiros jogos oficiais do Inter na temporada 2005. Nesta quinta, dia 20, a direção colorada recebeu a documentação enviada pelo Lokomotiv Moscou liberando o jogador. Porém, para surpresa dos gaúchos e do próprio atleta, o acordo inicial havia sido descumprido.

O contrato enviado mudava pontos acertados no dia 13 de janeiro. Primeiro, em vez de 18 meses corridos de vínculo com o Inter, os russos decidiram fazer três contratos: um até 31 de julho, outro até 31 de janeiro de 2006 e um último até 31 de julho de 2006. Carvalho concordou. Afinal, o primeiro acordo previa duas datas para liberação do jogador caso surgisse proposta.

O grande imbróglio aparece, porém, nas alterações do acerto financeiro dos russos com Jorge Wagner. O Lokomotiv deve US$ 100 mil referentes às luvas de julho de 2004, principal razão para a demora no anúncio pelo Inter. Combinaram quitar o débito, mas descumpriram o acordo no contrato. Os empresários do jogador não aceitaram e passaram a quinta-feira em conversas com Carvalho e os dirigentes russos.

– Eles mudaram tudo. Acertaram a parte financeira comigo e mudaram tudo. Meus empresários e eu decidimos esperar para fazer cumprir o acordo – revelou Jorge Wagner, que acabou não participando do jogo-treino contra o Flamengo, de São Valentim.

O presidente Fernando Carvalho acredita que terá a situação do atleta legalizada dentro do prazo de 12 dias.

– Acredito que o negócio não corra risco – declarou Carvalho.

Entretanto, sem documentação, o meia ficará de fora das rodadas iniciais de Gauchão e Copa do Brasil, pois não haverá tempo hábil para inscreve-lo. O técnico Muricy Ramalho lamentou.

– Eles (russos) são como os chineses, mudam o que haviam combinado. Acertaram com o jogador e, depois de ele se apresentar, sentir o carinho da torcida, treinar e conviver com os jogadores, tentam mudar. Não é fácil negociar com eles – disse.

Mesmo se todos obstáculos forem superados já nesta sexta, ainda assim Jorge Wagner levará mais duas semanas para estrear. A Confederação Russa só admite tratar das transferências com os documentos originais. Recusa-se a receber assinaturas por fax.

Com informações de Zero Hora e Rádio Gaúcha.