| 10/01/2005 11h07min
A China, maior país comprador de soja do mundo, não está liberando documentos para importadores locais comprarem soja geneticamente modificada (GM) do Brasil. A afirmação é do Ministério da Agricultura do país asiático.
– A documentação do governo brasileiro (sobre soja transgênica) venceu no dia 31 de dezembro de 2004 e o Brasil não nos enviou novos documentos – disse um funcionário do departamento de alimentos geneticamente modificados do ministério.
Ele disse que o ministério não estava aceitando mais pedidos de compradores chineses para importações de soja brasileira transgênica.
De acordo com as leis chinesas, o ministério precisa de um documento do governo brasileiro que certifique que a soja GM produzida no Brasil é segura para consumo humano e que não oferece riscos ao meio ambiente. Compradores chineses têm de solicitar os certificados de segurança do ministério para dar andamento nos procedimentos da quarentena para importação de soja geneticamente modificada.
Um funcionário da Embaixada do Brasil, em Pequim, disse que o governo brasileiro estava preparando documentos para incluir a mudança na lei do país que legaliza o cultivo de sementes transgênicas.
– Em breve, (os documentos necessários) serão entregues à parte chinesa. Isso não é uma grande questão. Será resolvido em um período curto – disse o funcionário na condição de não ser identificado.
Um projeto de lei que abrirá caminho para a legalização dos transgênicos no Brasil espera pela aprovação final na Câmara dos Deputados, e de acordo com o previsto, isso poderá acontecer no mês que vem. Operadores afirmaram que os processadores chineses provavelmente reservaram 11 ou 12 carregamentos de soja brasileira da atual colheita para embarque entre março e maio.
Compradores chineses normalmente compram a soja da América do Sul em outubro ou novembro, mas o ritmo foi lento nesta temporada devido à crise no início do ano passado. Apesar de o ministério chinês informar que o problema era com os certificados relacionados à soja transgênica, não estava totalmente descartado que o problema poderia afetar qualquer carregamento de soja do Brasil.
As informações são da agência Reuters.
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