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 | 23/09/2004 12h27min

Missão brasileira volta da Rússia sem conseguir o fim do embargo

Equipe do governo não teve sucesso nas negociações

A equipe do governo brasileiro que foi à Rússia negociar o fim do embargo às carnes está retornando nesta quinta, dia 23, sem conseguir seu objetivo, informou o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Maçao Tadano.

– Os russos não aceitaram os argumentos por razões internas – disse Tadano, sem entrar em detalhes.

A missão brasileira foi à Moscou disposta a demonstrar as garantias de sanidade animal das áreas exportadoras do Brasil ao serviço veterinário do governo russo.

A suspensão das compras de animais vivos e de carne in natura do Brasil foi decretada no dia 17 de agosto, uma semana depois de o Ministério de Agricultura ter anunciado a ocorrência de um novo foco de aftosa no Brasil, no município de Careiro da Várzea, região leste do Amazonas.

Na última segunda, a missão reuniu-se com os técnicos russos, mas nenhum resultado imediato foi obtido. O governo russo informou que precisava de "mais provas de que as carnes brasileiras eram seguras para o consumo" e informou que iria avaliar posteriormente as informações apresentadas.

Os russos consideram a situação sanitária no Brasil preocupante, por causa dos focos identificados este ano no Pará (em junho) e na Amazônia, apesar de não serem áreas exportadoras.

Fontes do setor de carnes no Brasil disseram durante a semana que existe um forte lobby de produtores de carnes na Rússia para limitar as importações do país, o que já fez com que o governo implantasse, em 2003, um sistema de quotas.

Segundo o Ministério da Agricultura, as perdas diárias totais com a suspensão parcial dos embarques de carne para a Rússia chegam a 4 milhões de dólares.

Se o embargo russo não for suspenso nos próximos dias, problemas de armazenagem e rotatividade com cargas no porto de Itajaí, em Santa Catarina, e em armazéns da região podem começar a ocorrer, afirmou Héder Moritz, diretor de Logística do porto.

As informações são da agência Reuters.


 

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