O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, disse nesta quarta-feira, dia 30, que o governo federal vai tentar reduzir o prazo de doze meses de quarentena imposto ao Estado de Mato Grosso, que o impediu de exportar carne, motivada por um possível foco de aftosa no rebanho. Mato Grosso é responsável por 4,9% de toda a carne importada do Brasil pela Rússia.

A interrupção da exportação atende a um acordo que prevê que Estados e países vizinhos a uma área foco de aftosa têm de ficar de quarentena por um ano. No caso de Mato Grosso, a medida foi determinada pela constatação de um foco da doença no Pará, detectado há cerca de duas semanas. Por esse motivo, a Rússia interrompeu a importação de carne brasileira.

Segundo Rodrigues, o embargo russo à carne brasileira possivelmente foi provocado por uma falha de comunicação, já que o país cumpriu as determinações da Organização Muncial de Saúde Animal (OIE), de informar ao organismo, em 24 horas, a existência de um foco de febre aftosa. Os países exportadores de carne têm a obrigação de informar a existência da doença nos seus rebanhos.

O ministro explicou que o país cumpriu as determinações, informando, no dia 17 de junho, à OIE a existência de um foco da doença no Pará. Tal informação, segundo Roberto Rodrigues, foi repassada, simultaneamente, à imprensa brasileira.

– Possivelmente, a OIE não tenha tido tempo de traduzir em todos os idiomas dos países membros a informação com a mesma agilidade que a imprensa. De modo que a informação chegou a alguns países antes da informação oficial da OIE. Penso que se tivéssemos informado alguns países compradores nossos, simultaneamente à OIE, teríamos evitado alguns problemas adicionais – explicou.

Por causa da notícia sobre a doença, a Rússia anunciou o embargo de toda carne procedente do Brasil. Nesta quarta, porém, revogou a decisão, liberando a importação de regiões que não estejam sob quarentena.

– Vamos trabalhar em conjunto com o governo de Mato Grosso para mostrar que a cobertura vacinal desse estado é bastante rigorosa, bastante efetiva, não havendo, portanto, razão para que o embargo persista por muito tempo –anunciou o ministro.

Segundo Rodrigues, o ministério dispõe de R$ 112 milhões para ações de defesa agropecuária - orçamento menor do que a média dos sete anos anteriores. Rodrigues disse que por causa do "orçamento pequeno" o repasse de recursos para o programa de controle da aftosa será exclusivamente para as regiões Norte e Nordeste.

– O objetivo é eliminar a febre aftosa no ano que vem. Então, é preciso concentrar as ações naqueles Estados. Esta foi uma decisão tomada pelo Fórum Nacional de Secretários Estaduais de Agricultura – afirmou.

As informações são da Agência Brasil.